domingo, 19 de agosto de 2012

Bandeira olímpica é levada ao Cristo Redentor (Postado por Lucas Pinheiro)

 A bandeira símbolo dos Jogos Olímpicos, que serão sediados no Rio em 2016, foi levada na manhã deste domingo (19) ao Cristo Redentor, na Zona Sul do Rio de Janeiro, um dos mais importantes cartões-postais da cidade, eleito umas das novas sete maravilhas do mundo moderno. O prefeito Eduardo Paes chegou com a bandeira por volta das 8h30 e, durante a visita ao ponto turístico, um ato interreligioso foi realizado com preces de sete distintas religiões.

Em virtude da visita ao Cristo Redentor, neste domingo (19) as visitas à bandeira olímpica, no Palácio da Cidade, estarão suspensas, mas voltarão a ser realizadas todos os sábados, domingos e feriados, das 8h às 14h, segundo informou a prefeitura.

Na quarta-feira (15), a bandeira foi levada ao Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi recebida por centenas de crianças de escolas municipais e hasteada, conforme mostrou o RJTV.

 Durante o evento, houve uma apresentação de orquestras de jovens e a participação de alguns atletas olímpicos, entre eles os irmãos boxeadores Esquiva e Yamaguchi Falcão.

Esquiva ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de Londres e Yamaguchi trouxe o bronze para o Brasil. A bandeira também foi levada para Realengo, na Zona Oeste, onde recebeu as honras militares, e depois seguiu de volta ao Palácio da Cidade.

Bandeira olímpica em Brasília
Na terça-feira (14), o prefeito Eduardo Paes, esteve em Brasília. Durante a visita de cortesia ao Palácio do Planalto, Paes apresentou a bandeira à presidente Dilma Rousseff.

Eduardo Paes estava acompanhado do governador do Rio, Sérgio Cabral, do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COM), Carlos Arthur Nuzmann e dos irmãos boxeadores Esquiva e Yamaguchi Falcão. Depois do discurso da presidente, Eduardo Paes brincou com Dilma Rousseff. Ele disse que a bandeira olímpica é muito sentimental e pediu que Dilma se despedisse.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ao som de 'Oi, oi, oi', bicampeãs do vôlei desfilam em carro aberto por SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Nem o fuso horário londrino foi capaz de diminuir a euforia das meninas da seleção brasileira feminina de vôlei. Após desembarcarem na manhã desta segunda-feira no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo, as bicampeãs olímpicas foram homenageadas pelo povo paulistano. Em cima de dois carros do Corpo de Bombeiros, a comissão técnica e as jogadoras Fabi, Sheilla, Thaisa, Fernanda Garay, Natália, Fabiana, Adenizia, Fernandinha e Tandara ignoraram o cansaço da noite mal dormida e participaram de uma carreata pelas ruas de São Paulo. No carro, as meninas se divertiram ao som da música “Dança Kuduro”, que embala a abertura da novela "Avenida Brasil", da TV Globo, e ficou famosa pelo seu "Oi, Oi, Oi".

Do grupo que conquistou o bicampeonato olímpico nos Jogos de Londres, apenas a levantadora Dani Lins e as atacantes Paula Pequeno e Jaqueline não participaram da carreata que atraiu muitos torcedores e engarrafou as ruas de São Paulo.

sábado, 11 de agosto de 2012

Brasil renasce após o primeiro set, domina as americanas e é bi no vôlei (Postado por Lucas Pinheiro)

Se houvesse nocaute no vôlei, a final olímpica de Londres teria durado apenas 21 minutos. Foi o tempo que as americanas gastaram para carimbar nas brasileiras um primeiro set avassalador, com incríveis 15 pontos de diferença. Mas a disputa não era de boxe e, além do mais, as meninas que vestiam amarelo neste sábado conhecem muito bem a receita para ficar de pé antes que a contagem chegue a dez. O contragolpe foi imediato na segunda parcial e, dali para a frente, a torcida que lotou a Arena em Londres viu um Brasil gigante. Valente. Campeão. Bicampeão olímpico. A vitória na final por 3 a 1 (10/25, 25/16, 25/20, 25/17) mostra que os Estados Unidos não são imbatíveis. Que Hooker não é inalcançável. Que as meninas não têm medo de bicho-papão. E que José Roberto Guimarães é o único dos 200 milhões de brasileiros capaz de encher o peito e dizer que tem três ouros em Olimpíadas. Para um time tão acostumado às viradas, nada mais adequado do que comemorar trocando o tradicional peixinho por cambalhotas em série diante do ginásio lotado.

Mas não é do feitio do treinador encher o peito para alardear qualquer feito pessoal. Ele prefere entrar na festa com as jogadoras na quadra, mergulhar no peixinho, extravasar no grito. Campeão em 1992 com os homens e em 2008 com as mulheres, Zé carregou este grupo na ponta dos dedos até o título em Londres. Ficou por um fio na primeira fase, de calculadora na mão, torcendo - ironia das ironias - por uma vitória das americanas na última rodada para sobreviver.

Sobreviveu e, mais que isso, cresceu. Derrubou a Rússia em jogo espetacular nas quartas, salvando seis match points no tie-break. Arrasou o Japão na semi, com um 3 a 0 sem ressalvas. E marcou para este sábado o reencontro com os EUA, quatro anos depois de batê-las em Pequim. Desta vez, o favoritismo estava do outro lado da rede, com todos os confrontos recentes pendendo para o lado americano. O primeiro set arrasador deixou a torcida com o estômago na boca. Mas a reação provou que, quatro anos depois, as brasileiras ainda são as melhores jogadoras de vôlei do planeta.

Nocaute no início

Nervosa, assim como a torcida, a seleção não conseguia se encontrar no início da decisão. Até fez 1/0 com uma largadinha de Sheilla, mas as americanas entraram com o pé na porta e jeitão de favoritas. Abriram 6/1 com o luxo de não precisar de nenhum ponto de Hooker. Zé Roberto parou o jogo, os ânimos se acalmaram um pouco, mas só um pouco. Se na primeira parada o placar era de 8/3, na segunda já era de 16/7. Tonto em quadra, o Brasil viu as rivais abrirem 22/8 e praticamente só conseguiam pontuar nos erros do outro lado da rede, como os dois em sequência que deixaram o placar em 22/10. Nada aconteceu além disso. Em apenas 21 minutos, fim de papo, com incríveis 25/10.

Quando parecia morta, as meninas de Zé Roberto renasceram do nada e abriram a segunda parcial vencendo por 3/0. Ainda viram as rivais empatando logo em seguida, mas conseguiram se manter à frente, até com certa folga. Quando Garay soltou o braço e fez 11/6, o técnico Hugh McCutcheon parou para conversar com suas atletas. Zé estava mais calmo, e o time também, a ponto de segurar a reação e abrir de novo para 18/12, em bom momento de Jaqueline. As nocauteadas da vez eram as americanas, que não acharam as bolas e viram o Brasil igualar o jogo com a autoridade de um 25/16.

"O campeão voltou", gritava a torcida em altos decibéis numa arquibancada completamente tomada pelo amarelo, com pequenos focos de azul, vermelho e branco. O Brasil estava em casa, e motivado. Abriu o terceiro set vencendo por 6/2. Com autoridade, foi conduzindo bem a vantagem e segurou uma forte reação americana na metade da parcial. Na segunda parada, vencia por 16/13. Com Akinradewo virando todas, não foi fácil arrastar o set até o fim. Mas deu. Com Jaque, Garay e Sheilla largando o braço no ataque, veio o que ninguém imaginava após aquele primeiro set: 25/20 e uma virada na raça.

Na quarta parcial, nada de apagão. Concentrado, o time brasileiro sabia que do outro lado da rede não haveria entrega, mas manteve a cabeça no lugar para chegar à primeira parada técnica com 8/6. Com a capitã Fabiana crescendo, o que já estava bom ficou ótimo nos 16/10. Zé mandou à quadra Natália, outro símbolo de reação no grupo. Quase cortada por uma lesão na canela, ficou até o fim, entrou poucas vezes, mas é tão campeã quanto qualquer outra. Àquela altura, as americanas até ensaiavam uma reação, mas já não pareciam tão ameaçadoras. E o Brasil segurou até o fim, com a pancada de Garay que imortalizou o momento: 25/17, 3 a 1, ginásio histérico.

Festa dupla para as bicampeãs Sheilla, Fabiana, Fabi, Paula Pequeno, Thaisa e Jaqueline. Festa inédita para Dani Lins, Fernanda Garay, Fernandinha, Natália, Tandara, Adenízia. Festa para Zé Roberto, ou apenas Zé. O Zé tricampeão olímpico.
 

Brasil falha muito, perde para México e sonho do ouro vira prata de novo (Postado por Lucas Pinheiro)

Como nos últimos 60 anos, o Brasil iniciou o torneio de futebol masculino das Olimpíadas de Londres garimpando pela medalha de ouro. E o garimpo da equipe de Mano Menezes ia bem. Com cinco vitórias, todas por três gols, a Seleção chegou neste sábado à decisão no estádio de Wembley embalada e favorita. Mas na última etapa do trabalho, garimpou errado. No último passo, em vez de encontrar o esperado ouro, achou pela terceira vez a prata. Com muitas falhas individuais e graças a uma atuação objetiva do México, que venceu por 2 a 1 com direito a gol aos 29 segundos.

Assim como em 1984, em Los Angeles, e em 1988, em Seul, a seleção brasileira ficou com o vice-campeonato olímpico (o país ainda tem duas medalhas de bronze, em 1996, em Atlanta, e 2008, em Pequim). Leandro Damião acabou como artilheiro, com seis gols. A esperança de que a geração de Neymar & cia. conquistasse o título que falta à galeria da Seleção era grande, mas o México, com um time bem entrosado - apesar do desfalque de Giovani dos Santos -, começou a acabar com o sonho verde e amarelo de maneira relâmpago.

O gol de Peralta, aos 29 segundos do primeiro tempo, desestabilizou o time de Mano Menezes. A falha do lateral-direito Rafael no lance abateu o grupo, que chegou a ter o comando da partida novamente, mas não foi efetivo como o adversário, que com Peralta assegurou o título ao fazer 2 a 0 aos 29 minutos do segundo tempo. Com essa vantagem, o México apenas administrou, enquanto os brasileiros se desesperaram. Juan, aliás, chegou a dar uma dura em Rafael após passe de letra já perto do apito final.

Valente, o Brasil foi para o tudo ou nada e diminuiu com Hulk, aos 46. Animado, o time verde e amarelo pressionou e teve uma chance (literalmente) de ouro com Oscar, na pequena área, mas o meia, sozinho, cabeceou para fora. Sem a tão sonhada medalha, a Seleção segue a preparação para a Copa do Mundo de 2014 já na próxima quarta-feira, contra a Suécia, em Estocolmo. O jogo é amistoso.

O Brasil nem teve tempo de se encontrar em campo e logo de cara levou o gol mais rápido da história de uma final de torneio Fifa. Aos 29 segundos, Rafael errou passe na intermediária, Sandro estava desatento, e Aquino deu um leve toque até Peralta. O atacante recebeu na entrada da área e chutou colocado para vencer Gabriel, que estava mal colocado. O lance desarticulou por completo o time canarinho, que não conseguia chegar com força ao ataque.

O que ficava latente também era a distância entre as linhas de marcação da Seleção. Enquanto os mexicanos faziam rapidamente a recomposição, os brasileiros tinham dificuldade, facilitando a maior posse de bola dos rivais. A primeira chance clara da equipe canarinho aconteceu aos 19. Damião recebeu pela ponta e cruzou para Oscar. O apoiador girou no marcador e chutou em cima de Corona.

Preocupado com o andamento da partida, Mano Menezes colocou Hulk no aquecimento. Aos 31, o atacante entrou na partida na vaga de Alex Sandro. Dois minutos depois, Fabian fez jogada pelo meio e arriscou de fora da área. A bola passou por cima do gol. Inconformado com os espaços dados pela defesa, Thiago Silva deu uma dura nos companheiros, principalmente na dupla de volantes.

A entrada de Hulk deu uma melhorada no desempenho da Seleção. Aos 37, o atacante soltou a bomba da intermediária e o goleiro Corona espalmou para o lado. Na sobra, Damião finalizou e a bola voltou a raspar no arqueiro. Quase o empate. E mostras de que alteração havia surtido efeito.

No lance seguinte, aos 40, Damião recebeu na área e tocou para Marcelo já dentro da área. O lateral chegou batendo de primeira e a bola passou à direita do goleiro. No fim do primeiro tempo, Neymar ainda fez jogada individual e arriscou de fora da área. Mas a bola saiu pela linha de fundo.


Prata de novo

Antes mesmo do pontapé inicial para o segundo tempo, os jogadores da Seleção fizeram uma corrente na intermediária de defesa. Faltavam 45 minutos para o olimpo ou para o fracasso, a medalha de prata. Logo no primeiro minuto da etapa final, Hulk arrancou pela direita, passou por dois marcadores e foi derrubado na lateral da área. A cobrança parou na zaga mexicana, mas era um bom sinal para uma equipe que iniciou mal a decisão das Olimpíadas.

Mas ficou apenas no quase... O Brasil voltou a ter dificuldades para chegar ao gol mexicano. Neymar teve uma boa oportunidade aos 14. O atacante aproveitou sobra dentro da área, mas errou o alvo. A bola passou por cima do gol. Três minutos depois, Thiago Silva falhou e a bola sobrou para Fabian. O meia-atacante foi atrapalhado por Gabriel. Na sobra, finalizou de bicicleta e acertou o travessão.

O Brasil seguia com problemas, não conseguia criar os lances. Aos 25, Mano sacou Sandro e apostou na entrada de Alexandre Pato. A equipe passou até a jogar mais no campo do México, mas pecava pelo nervosismo, cometia erros bobos, principalmente em trocas de passes. E foi em um erro de marcação que o time da América do Norte fez o segundo gol.

Aos 29, em falta cometida por Marcelo na lateral, os mexicanos souberam aproveitar a bobeada da defesa, e Peralta fez o segundo, deixando cada vez mais distante o sonho do ouro olímpico. A partir daí, o nervosismo falou mais alto e a Seleção pouco criou para tentar diminuir o prejuízo.

No fim, Rafael cometeu mais um erro na lateral ao tentar um passe de calcanhar. O lance originou uma falta na lateral da área da Seleção. Em seguida, Mano sacou o jogador para a entrada de Lucas. Foi aí que o atleta do Manchester United discutiu com Juan ainda no gramado de Wembley. Thiago Silva deu uma dura no companheiro, que deixou o campo batendo palmas.

Já nos acréscimos, a zaga deu um chutão e a bola sobrou para Hulk dentro da área. O jogador tocou na saída do goleiro e diminuiu para o Brasil. Oscar, no último minuto, teve a bola do jogo, mas, sozinho na pequena área, cabeceou para fora. No fim, festa do México que, assim como o Brasil, jamais havia conquistado a medalha de ouro no torneio de futebol masculino das Olimpíadas.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Após bronze, Juliana e Larissa não garantem dupla junta para Rio 2016 (Postado por Lucas Pinheiro)

Depois de desembarcarem em Fortaleza, na noite da última quinta-feira, com festa, flores e toda a receptividade de amigos e familiares, Juliana e Larissa falaram sobre o futuro da dupla. A batalha pelo ouro olímpico, a princípio adiada para 2016, não está garantida. Larissa preferiu desconversar, trazer o foco para o agora e curtir a conquista do bronze.

- A gente não está pensando nisso ainda. Queremos curtir essa medalha, pensar no que temos pra fazer ainda e fechar esse ciclo. Temos etapas do Circuito Mundial e do Brasileiro. A gente quer curtir esse momento especial. Semana que vem, já estamos indo pra a Polônia. Temos que pensar nesses títulos - disse Larissa.

Na primeira noite em solo brasileiro após os Jogos em Londres, a dupla brasileira já parecia recuperada do abatimento sentido com a derrota na semifinal para as americanas Kerry e Ross, na última terça-feira. Com as medalhas de bronze no peito, elas contaram como buscaram forças para não decepcionar a si mesmas na disputa pelo terceiro lugar.

- A gente estava muito confiante, vindo muito forte, com uma campanha impecável, sem perder nenhum set. Depois daquilo, passamos a noite inteira sem dormir. Foi muito dificil. No dia seguinte, com certeza, a gente estava com a ressaca do dia anterior. Por mais que a gente estivesse pensando 'vamos lá, medalha é medalha', foi dificil para caramba. Mas no outro dia, a gente sabia que merecia uma medalha. Devíamos isso pra nós mesmas. Não podíamos vir de lá sem essa medalha. Não seríamos Larissa e Juliana - contou Larissa.

Em vários momentos dos Jogos de Londres, a dupla brasileira - considerada uma das favoritas ao ouro - teve que buscar forcas fora da quadra. Larissa citou várias vezes a importância da torcida na arena. Juliana conta ainda que um filme de toda sua trajetória passou pela sua cabeça no jogo do bronze, contra as chinesas Zhang e Xue.

A vibração principal, no entanto, vinha da força da dupla. A cada partida, Larissa sempre puxava Juliana, com orientações e gritos mais incisivos, o que, em alguns momentos, chamou atenção para possíveis desentendimentos da dupla em quadra. As medalhistas negaram qualquer desavença.

- Larissa/Juliana é assim. Quem acompanha desde o início sabe que eu preciso falar pra jogar bem, e a Juliana precisa ouvir. Por mais que pareça que a gente estava brigando em alguns momentos, não era isso não. A gente estava com muita vontade de vencer, de ganhar. Principalmente nesse jogo do terceiro lugar. Eu estava falando bastante porque já tinha cometido erro na semifinal e eu não podia mais errar - explicou Larissa.

Juliana ouviu atentamente a resposta da companheira e complementou que teve que se adaptar bastante para que a dupla pudesse seguir.

- Eu era muito pior que a Larissa. Falava muito mesmo. Quando meus amigos viram a gente jogando juntas, perguntaram como eu ia aguentar. Quando eu vi também, nem consegui acreditar. Jogar com a Larissa é muito bom porque ela é uma craque, mas nem todo mundo sabe administrar isso. No começo a gente brigava um pouco mais. Hoje, eu entendo muito mais e procuro entender - afirmou Juliana.

A grande lamentação das brasileiras foi não ter podido enfrentar a dupla americana Walsh e May em Londres. As americanas conquistaram o tricampeonato olímpico e não devem permanecer juntas para mais um ciclo. Para Juliana, vitória sobre elas era possível e era o 'duelo de gigantes' que todos queriam assistir na final.

- Nas Olimpiadas, os grandes às vezes tropeçam, e os pequenos se agigantam. Eu gostaria muito que esse jogo acontecesse, mas, ao mesmo tempo, eu tiro o chapéu pra elas, porque elas não chegaram ali à toa. Elas realmente são diferenciadas. Ser tricampeãs olímpicas não é qualquer coisa. Eu acredito que a gente tinha possibilidade de ganhar delas. Ali na Olimpiada não é só jogo, é o mental também. Ia ser um duelo de gigantes, e todo mundo gostaria de ter visto esse jogo. Mas infelizmente, não vai dar, porque elas estão se aposentando, e isso não vai existir mais.

Larissa tem 30 anos, e Juliana, 29. As Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, devem ser a última oportunidade para que as duas atletas cheguem a uma medalha de ouro. Walsh e May, por exemplo, chegaram ao tri olímpico em Londres com 33 e 35 anos, respectivamente.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Com hipotermia, Poliana abandona maratona e sai em cadeira de rodas (Postado por Lucas Pinheiro)

Nadar em água doce, em teoria, era um trunfo para Poliana Okimoto. Formada nas piscinas, a única representante do Brasil na maratona aquática dos Jogos de Londres só não contava que a temperatura de 19ºC do lago Serpentine pusesse fim ao seu sonho de subir ao pódio olímpico da prova de 10km. Havia treinado em temperaturas ainda mais baixas, havia sido campeã em dias muito mais frios. Na quarta das seis voltas, porém, a nadadora de 55 quilos não resistiu. Tremendo devido à hipotermia, a paulista pediu para ser retirada da água pela organização. Desmaiou e foi levada de cadeira de rodas para receber atendimento médico.

- Ela chorou um pouco porque estava cotada como favorita. Ela nunca perdeu de algumas atletas que estavam na frente dela. Se preparou muito. Já nadou em prova com temperaturas menores, ganhou em Portugal e na França, mas cada prova é uma prova. A estratégia dela sempre foi nadar atrás e reagir no meio. Teve preparação em água fria, e no evento teste, aqui mesmo, a água estava mais fria. A semana toda procurou treinar no lago. A gente acredita que foi o choque térmico, porque está calor fora. Ela já teve outros quadros de hiportemia, mas nunca assim - disse Igor Souza, chefe da equipe verde-amarela de maratona aquática.

A medalha de ouro ficou com a húngara Eva Risztov (1h57m38s2), que disputou ainda duas provas individuais e o revezamento 4x100m livre na piscina do Centro Aquático de Londres. A italiana Martina Grimaldi e a americana Haley Anderson, com a prata e o bronze, respectivamente, completaram o pódio.

Para Igor, a vitória de Risztov confirma a tese de que a temperatura influenciou diretamente a performance das atletas. Com 64kg, a húngara suportou melhor o frio do que as adversárias.

- A menina que ganhou é até mais gordinha do que as outras, tem mais massa muscular, e isso ajudou.

Diogo Silva ganha bonequinho de rival, vence na estreia e vai às quartas (Postado por Lucas Pinheiro)

Diogo Silva foi o último a entrar no tatame, ganhou um boneco Matrioshka do adversário e deu a ele um presente de grego. Venceu Dmitriy Kim, do Uzbequistão, no golden score (dois minutos de morte súbita), após empate em 2 a 2 no tempo regulamentar, na sua estreia pela categoria até 68kg no taekwondo dos Jogos Olímpicos de Londres. Quarto colocado em Atenas 2004 e fora de Pequim 2008, o paulista agora encara nas quartas de final o terceiro cabeça de chave, Mohammad Abulibdeh, da Jordânia, por um lugar na semifinal. O duelo acontece às 12h15m (horário de Brasília).

Presentear adversários é frequente entre atletas de países que passaram por conflitos. Depois da derrota, porém, Dmitry não quis saber de papo. Foi embora sem dar entrevistas, chateado.

- Para ele é um orgulho estar nos Jogos Olímpicos. Normalmente eles presenteiam os adversários, por questão de representação do país - conta Diogo.

Depois da reverência, Diogo atacou pouco no primeiro round. Estudou bastante, controlou a distância e, quando chutou, foi bloqueado pela defesa do uzbeque. O primeiro período terminou empatado em 0 a 0.

O paulista começou a se soltar no segundo round. Tentou um chute na cabeça que quase conectou, e enfim conseguiu seu primeiro ponto num contragolpe. Porém, por estar andando para trás e para fora da área de luta, recebeu também um kyongo (punição de meio ponto). Durante o round, levou seu segundo kyongo e Kim empatou. No final, o uzbeque acertou o colete mais uma vez e virou para 2 a 1.

Em desvantagem, Diogo partiu para cima no terceiro round. Kim acabou punido por passividade com um kyongo e, pouco depois, o brasileiro acertou o colete para pontuar novamente e empatar em 2 a 2. O tempo se esgotou e a luta foi para o golden score.

O paulista não teve medo e atacou. Ele acertou duas vezes na guarda e foi bloqueado uma terceira vez. Quando Kim enfim partiu para cima, Diogo acertou um belo chute rodado para se classificar às quartas de final.

- Tinha traçado uma estratégia de sair vencendo porque ele não é muito bom no ataque, ele é mais de contra-ataque. Dei azar de levar duas faltas, mas minhas lutas são sempre assim, com adrenalina a mil. Tenho psicológico legal para enfrentar isso. Sabia que ele ia vir na minha barriga no golden score. Arrisquei. Muitos atletas não têm frieza para fazer isso - disse o brasileiro, que bateu continência após a vitória - se alistou no Exército e foi campeão mundial militar no ano passado.

Diogo e Abulibdeh já se enfrentaram no Pré-Olímpico Mundial de 2007 e o brasileiro levou a melhor, também no golden score.

- Ele está no mesmo nível que todos nós aqui e vamos tentar impor nossa estratégia. Naquela primeira luta (com Abuilbdeh), não estava bem, não estava focado, tinha acabado de vencer o Pan, e agora estou bem melhor - disse o atleta sobre seu próximo adversário, em entrevista ao SporTV.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Com a bênção de Damião, Brasil volta à final olímpica após 24 anos (Postado por Lucas Pinheiro)

Depois de 24 anos de frustrações, demissões de treinadores e crucificação de algumas gerações, a seleção brasileira está novamente em uma final olímpica. Nesta terça-feira, em Manchester, no Old Trafford, o time de Mano Menezes fez 3 a 0 na Coreia do Sul, com show de Leandro Damião, e avançou para a decisão do torneio de futebol masculino das Olimpíadas de Londres. Algo que não acontecia desde os Jogos de 1988, em Seul. O adversário será o México, sábado, às 11h, em Wembley.

A medalha de ouro olímpica é uma obsessão para o país que venceu cinco vezes a Copa do Mundo e tem uma das seleções mais temidas do planeta. Nas duas vezes que chegou mais perto da conquista, o Brasil sucumbiu na decisão e ficou apenas com a medalha de prata. Em 1984, nos Jogos de Los Angeles, perdeu da França. E quatro anos depois, em Seul, foi derrotado pela extinta União Soviética. Depois disso, levou dois bronzes: em 1996, em Atlanta, e 2008, em Pequim.

Para o duelo decisivo contra o México, o Brasil chega embalado por uma campanha goleadora. Fez três gols em todos os cinco jogos até aqui no torneio masculino de futebol das Olimpíadas da Londres. E mais: Leandro Damião, com seis gols, é o artilheiro da competição. O atacante do Internacional, aliás, é o terceiro maior goleador brasileiro nos Jogos, perdendo apenas para Bebeto (oito) e Romário (sete). No jogo desta terça-feira, o jogador deixou para trás Ronaldo Fenômeno, com cinco.

Apesar da ótima campanha, a Seleção, observada nesta terça pelos presidentes Joseph Blatter, da Fifa, e Jose Maria Marin, da CBF, tem mantido certa irregularidade durante as partidas, muito embora tenha mostrado também poder de reação. No duelo com a Coreia do Sul, mais uma vez, o Brasil levou alguns sustos. Mas dessa vez não sofreu gol, e depois que encaixou seu futebol sobrou diante de um assustado e atrapalhado adversário. Os sul-coreanos, agora, disputam o bronze contra o Japão, sexta-feira, às 15h45,

Para os jogadores da Coreia do Sul, a conquista da medalha, mesmo que de bronze, é como um título. Em especial porque o governo local prometeu aos medalhistas a dispensa do serviço militar. A final dos Jogos Olímpicos e a disputa pelo bronze têm transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real pelo GLOBOESPORTE.COM.

Após pressão, Seleção acorda com percussão

O Brasil demorou a se encontrar no primeiro tempo. A Coreia do Sul tocava melhor a bola e chegava com mais facilidade à área da Seleção. A entrada de Alex Sandro melhorou o poder de marcação pelo lado esquerdo. Os asiáticos, por sua vez, deram trabalho nos primeiros 20 minutos de jogo sempre pela direita, principalmente com o atacante Ji Dongwon.

Aos 11 minutos, a defesa não se encontrou, Nam passou por três jogadores, chegou à linha de fundo e cruzou. A bola escorou na defesa e sobrou para Hyunsung Kim, que bateu fraco. No desespero, Sandro apareceu e cortou para escanteio. Esse foi só o cartão de visitas para a sequência de lances perigosos da Coreia do Sul.

O Brasil parecia nervoso. A troca de Alex Sandro por Hulk até surtia efeito em parte. Mas não no setor ofensivo. Aos 13, Gabriel dividiu no alto com um rival, e a bola sobrou quicando na entrada da pequena área. Ji Dongwon dividiu com Juan, e Thiago Silva, quase na linha do gol, afastou o perigo. O time estava perdido, sendo dominado pelos rivais.

Dois minutos depois, Ji Dongwon soltou a bomba da intermediária, e a bola passou rente ao travessão de Gabriel. O Brasil acordou a partir dos 19 minutos. Marcelo arrancou da defesa, passou por três adversários e lançou para Leandro Damião. O atacante invadiu a área, levou a bola para a perna direita e chutou para a defesa de Lee.

A partir daí, o jogo ficou igual. Os sul-coreanos até tocavam a bola, mas já não encontravam as mesmas facilidades. Aos 27, um fenômeno curioso. Um grupo de brasileiros teve acesso à arquibancada do Old Trafford com instrumentos de percussão. Ao mesmo tempo, o time canarinho subiu de produção e passou a ser mais perigoso.

Dez minutos depois, o prêmio pela persistência na marcação da saída de bola dos rivais. Sandro recuperou a bola no meio de campo e tocou para Oscar. O apoiador carregou até a entrada da área e rolou para Romulo. O volante finalizou de primeira, sem muita força, mas o goleiro Lee aceitou: 1 a 0 Brasil. Festa da torcida no estádio do Manchester United.

Nos acréscimos, Ji Dongwon, destaque da equipe no primeiro tempo, ainda aproveitou a bobeada de Juan para finalizar forte da entrada da área por cima do travessão de Gabriel. Tudo sob o olhar atento do técnico Roberto Mancini, comandante do Manchester City, arquirrival do United na cidade inglesa.

A estrela do artilheiro

A Coreia do Sul voltou como começou o primeiro tempo. Em cima da Seleção. E, logo aos três minutos, a arbitragem deixou de marcar um pênalti claro para os asiáticos. Kim Bokyung recebeu lançamento em profundidade, invadiu a área e foi derrubado por Sandro. O juiz Pavel Kralovec, da República Tcheca, mandou o lance seguir.

O Brasil tinha muitas dificuldades para sair do campo de defesa para o ataque. Abusava dos lançamentos dos zagueiros, sempre buscando uma casquinha de cabeça de Damião para Neymar sair na cara do gol. Em vão. Os sul-coreanos marcavam bem a jogada.

Mas quando conseguiu produzir uma boa jogada, o time canarinho fez o segundo gol. Aos 11, Neymar tabelou com Marcelo e recebeu na área. O atacante foi à linha de fundo e cruzou para trás. O lateral-esquerdo furou, e a bola sobrou para Damião, que bateu de primeira para marcar mais um para a Seleção.

Com o gol, Damião chegou aos cinco nas Olimpíadas, igualando-se na artilharia da competição ao senegalês Konate. A partir daí, os sul-coreanos sentiram o golpe, e o Brasil passou a tocar a bola, buscando os espaços para ampliar o marcador.

E foi no toque de bola que o time fez mais um. Neymar recebeu um lindo lançamento de Thiago Silva do campo de defesa. O atacante tocou para Oscar, que tentou devolver. A bola bateu na zaga e sobrou para Damião dentro da área. O atacante bateu colocado para se tornar o goleador da competição, com seis tentos.

A Seleção seguiu tocando bola, buscando os espaços para marcar mais um. Não precisou porque os sul-coreanos já tinham perdido a força demonstrada no início dos dois tempos. No fim, festa brasileira e a chance de buscar o inédito ouro olímpico, no próximo sábado, no mítico Wembley, em Londres.

'Voltar para o Brasil com o bronze é questão de dignidade', diz Juliana (Postado por Lucas Pinheiro)

Juliana e Larissa não tinham perdido um set sequer durante as Olimpíadas de Londres. Perderam dois de uma vez, justamente na semifinal, deixando as americanas Jennifer Kessy e April Ross virarem o jogo e dando adeus ao sonho de disputar a final olímpica. Agora, as brasileiras não têm tempo a perder. Menos de 24 horas depois, voltam à quadra para disputar o bronze. Precisam se recuperar, entender os erros do dia anterior, reencontrar a sintonia e juntar os cacos dos corações partidos.

- Você pode ter certeza que eu vou dar a minha alma. Para a história minha e da Larissa, voltar para o Brasil com o bronze é questão de dignidade - disse Juliana, que às vésperas dos Jogos de Pequim machucou o joelho e não pôde jogar com Larissa.

A companheira de Juliana tem o mesmo sentimento.

- Agora é jogar bem. A gente está com o coração ferido, mas é um novo dia. A gente precisa sair com a vitória. E acho que a gente merece sair daqui com esse bronze - disse Larissa.

Nesta quarta-feira, às 15h (de Brasília) Juliana e Larissa jogam pelo terceiro lugar no pódio contra Xue e Zhang. As chinesas foram bronze em Pequim-2008 ao derrotarem outra dupla brasileira, Talita e Renata.

- É uma dupla que vem evoluindo, que está entre as quatro melhores do mundo nesses últimos quatro anos. Foi bronze em Pequim. Vai ser difícil, mas a gente espera sair com esta vitória. Contra elas, a gente mais venceu do que perdeu - lembrou Larissa.

Juliana também destacou a evolução das chinesas no cenário mundial do vôlei de praia.

- A China vem evoluindo desde 2004. Brasil e Estados Unidos têm muito mais duplas boas, mas não são mais unanimidade. Tudo hoje é globalizado. Todo mundo tem dinheiro para treinar no Brasil ou num lugar que tem praia o tempo inteiro.

A final, também nesta quarta-feira, será entre duas duplas americanas. Algozes de Juliana e Larissa, Kessy e Ross tentam impedir Walsh e May de se tornarem tricampeãs olímpicas. O GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real, e o SporTV transmite os dois jogos ao vivo.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

À sombra de Bolt e Blake, brasileiros se garantem nas semifinais dos 200m (Postado por Lucas Pinheiro)

Usain Bolt foi barrado ao chegar ao Estádio Olímpico de Londres. Estava sem credencial. Ele, recordista mundial, bicampeão olímpico e consagrado neste mesmo palco dois dias antes, não poderia entrar. Com atraso, após sua liberação, iniciou o aquecimento com a expressão fechada. Na pista, já mostrou a descontração habitual, fez graça com a torcida e descontou o aborrecimento anterior da melhor forma: com passadas rápidas. Não como nas finais, mas o suficiente para garantir, com folga, a classificação para as semis dos 200m rasos: 20s39. Ali, na mesma série e na raia do canto, o brasileiro Aldemir Gomes arrancou nos últimos metros, chegando atrás apenas do ídolo (20s53).

O filme se repetiu três séries depois. Yohan Blake foi o mais veloz (20s38), e Bruno Lins, finalista da prova no Mundial de Daegu, cruzou em segundo (20s52). O mais rápido no geral foi o colombiano Alex Quiñonez, que completou a distância em 20s28. As semifinais estão marcadas para as 16h10m (de Brasília) desta quarta-feira.

Aos 20 anos, Aldemir comemorava a ida para a próxima fase. Em sua segunda competição adulta de nível internacional - a primeira foi o Ibero-Americano deste ano - ele preferiu pensar que estava num treino para encarar a estreia olímpica e exatamente na série que conta com o recordista mundial.

- Ali eu não penso em nada. Não tenho que ficar olhando para as raias ao lado porque senão vou perder. Eu treino sozinho e não podia perder o foco por estar num estádio enorme e com o melhor do mundo por perto. É claro que quando olhei o balizamento fiquei um pouquinho pressionado. Não peguei uma raia muito boa (correu na 9) e fui na série mais forte. Tive que me conter, colocar tranquilidade na cabeça e no coração. Não corri bem na curva, mas foi só primeiro tiro. Agora é continuar com a mesma pegada e tenter um lugar na final - disse.

Um troféu ele já ganhou. Após o fim da prova, ouviu algumas palavras de Bolt. Só não tem ideia do significado delas.

- Não sei falar inglês, não entendi nada que ele falou. Mas me disseram que falou bem demais. Ele puxou a série, fez a diferença.

Pouco depois, foi a vez de Yohan Blake fazer o mesmo. O brasileiro em sua bateria era Bruno Lins. O jamaicano não precisou ser esforçar muito para vencer. O velocista brasileiro, sim.

- Os caras (Bolt e Blake) estão sobrando. Mas a gente tem que ir para cima, acreditar. É uma motivação a mais ter um cara assim correndo do seu lado. Treinei bastante, tive lesões, senti muitas dores e agora chegou o momento mais importante do ano. O tempo que fiz foi bom, mas a partir de agora vai ter que ser abaixo de 20a30. Tem que correr forte mesmo porque está bem difícil. Eu errei um pouco na entrada da curva para a reta, estava ansioso, mas agora vou correr bem - afirmou.

Mesma sorte de Aldemir e Bruno não teve Sandro Viana. Com 21s05, ele foi o sétimo - Ben Youssef Meite foi desclassificado - da última bateria.

- Foi um resultado atípico. Não consegui crescer na reta e ficou difícil de recuperar a prova. Agora é pensar no revezamento. Ainda será definido quem irá correr. É esperar - lamentou.

Novo apagão e fim do sonho: Brasil perde para a Noruega no handebol (Postado por Lucas Pinheiro)

O placar com seis gols de vantagem no segundo tempo encheu a torcida de esperança. O Brasil jogava com segurança e ignorava o favoritismo da campeã olímpica e mundial Noruega. Então, houve o apagão. De novo. Derrotadas por 21 a 19 nas quartas de final, as brasileiras estão fora da disputa por medalhas nos Jogos de Londres. A confiança em quadra deu lugar às lágrimas e ao sentimento de tristeza da seleção com a melhor chance de subir ao pódio olímpico na história do handebol feminino nacional.

- Estou completamente decepcionado com o resultado de hoje, mas muito feliz com a forma como mostramos nosso handebol nas Olimpíadas. Nossa meta era mostrar que somos capazes de lutar pela medalha, mas a realidade é que a Noruega mostrou seu nível. É difícil. Acontece de uma equipe ficar sem fazer gols, mas dez minutos é muito tempo - avaliou o técnico dinamarquês Morten Soubak, que já tem seu contrato renovado para comandar a seleção brasileira até 2016.

A pivô Duda não resistiu às lágrimas e lamentou a atuação do time no segundo tempo, mas deixou a quadra satisfeita com o conjunto da obra.

- No segundo tempo, caímos. Não foi azar pegar a Noruega, nós estávamos preparadas. Em alguns momentos foi falta de qualidade nossa. Tristeza, é só isso que eu sinto agora. Cair nas quartas de final não era o nosso objetivo, estou triste, mas continuo tendo orgulho de jogar neste time - afirmou a jogadora.

Na semifinal, a Noruega enfrentará a vencedora do duelo entre Rússia e Coreia do Sul, prata e bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. O jogo será nesta segunda-feira, às 13h (de Brasília).

Início promissor

O Brasil começou avassalador no primeiro tempo. Alê passou por cima da barreira norueguesa como quem estava apenas treinando. No placar, 8 a 4 nos primeiros dez minutos. Bem posicionada na defesa, a seleção obrigou a adversária a arremessar perto da marca dos 9m. As bolas que foram direto para fora, principalmente vindas de Snorroeggen, e a boa atuação de Chana deram ainda mais segurança. A vantagem de quatro gols foi mantida durante quase todo o período inicial. No fim, as brasileiras abriram um pouco a marcação e permitiram contra-ataques, mas as equipes foram para o intervalo com 13 a 9.

Uma defesa de Chana e dois gols logo no início do segundo tempo mostravam que a seleção ia seguir um caminho tranquilo até a vitória. Então, o apagão. Com o placar em 15 a 9, o Brasil parou de novo, assim como fez no final do último jogo contra Angola. Foram quatro gols seguidos da Noruega.

O técnico Morten Soubak parou o jogo. Deu certo, Silvia quebrou o jejum de gols. No lance seguinte, porém, Alstad também balançou as redes. O clima ficou mais tenso em quadra. Quando o Brasil marcava de um lado, a Noruega logo respondia. A vantagem verde e amarela no placar não passava de dois gols.

Mais ansiosas em quadra, as brasileiras se anteciparam no ataque e erraram muitos arremessos. A diferença no marcador caiu para apenas um gol (18 a 17). Então, a sorte pareceu querer virar. Alstad cobrou um tiro de sete metros, e Chana defendeu. Duda fez nova falta e ganhou suspensão de dois minutos. Tiro de sete metros, e a bola de Johansen foi no travessão.

Mas o Brasil ainda não conseguia marcar. A goleira Grimsbo cresceu no jogo e ganhou status de vilã verde-amarela. Atrás, a defesa abriu, Snorroeggen empatou e Koren virou (19 a 18). O técnico da seleção parou o jogo novamente. Não deu certo. A defesa brasileira não se encontrou em quadra, e as campeãs mundiais não perdoaram: 21 a 19. Foi o adeus ao sonho olímpico do Brasil.


Notícias em vídeo das Olimpíadas de Londres

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Arthur Zanetti faz história e conquista o ouro nas argolas em Londres (Postado por Lucas Pinheiro)

A ginástica artística brasileira promoveu momentos de altos e baixos na Arena de North Greenwich. Frustração com o fraco desempenho da equipe feminina; alegria com a inédita final e o 10° lugar de Sergio Sasaki no individual geral. Emoções que apenas prepararam a torcida para o que estava por vir nesta segunda-feira. Na última prova da modalidade com presença de um atleta nacional, Arthur Zanetti fez história. Recebeu a nota 15.900 nas argolas e conquistou a primeira medalha de um ginasta do Brasil nos Jogos Olímpicos: de ouro.

A prata ficou com o campeão olímpico em Pequim e tricampeão mundial Yibing Chen, que ganhou a nota 15.800. O chinês já assustava os outros competidores antes mesmo da prova começar. No telão da arena, imagens de grandes momentos da ginástica mostravam Chen ao lado de legendas do esporte, como a romena Nadia Comaneci, primeira ginasta a conquistar a nota 10 na história, nos Jogos de Montreal, em 1976. O bronze foi para o italiano Matteo Morandi (15.733).

Zanetti já tinha feito uma boa apresentação na prova classificatória. Terminou com a quarta maior nota ao somar 15.616. À sua frente, apenas Chen (15.858), o italiano Matteo Morandi (15.766) e o russo Aleksandr Balandin (15.666).

Dono do melhor resultado da ginástica brasileira nos Jogos Olímpicos, Zanetti, de 22 anos, começou a se destacar na prova de argolas em 2011. O paulista de São Caetano do Sul foi medalhista de prata no Pan-Americano de Guadalajara e no Mundial. Na classificatória para as Olimpíadas, fez a quarta maior nota. Já em 2012, ganhou o ouro nas etapas de Maribor (Eslovênia) e Ghent (Bélgica) da Copa do Mundo.

Confira a classificação final da prova de argolas:

1° - ARTHUR ZANETTI (BRA) - 15.900
2° - Yibing Chen (CHN) – 15.800
3° - Matteo Morandi (ITA) – 15.733
4° - Aleksandr Balandin (RUS) – 15.666
5° Denis Ablyazin (RUS) – 15.633
6° - Tommy Ramos (PRI) – 15.600
7° - Iordan Iovtchev (BUL) – 15.108
8° - Federico Molinari (ARG) – 14.733

Usain Bolt é bicampeão dos 100m e baixa recorde olímpico em Londres (Postado por Lucas Pinheiro)

Nos tempos de criança, Usain Bolt costumava acreditar em fantasmas. Tinha medo deles. Mal sabia que quando crescesse seria uma espécie de assombração para seus adversários. Alguns falavam aos quatro ventos que o recordista mundial já não era mais o mesmo. Tinha queimado a largada na final do Mundial de Daegu no ano passado, sofria com dores musculares e na coluna, tinha perdido para Yohan Blake nas seletivas jamaicanas. Ele ouviu e esperou. Neste domingo, no Estádio Olímpico de Londres, Bolt voou mais uma vez, sobrou mais uma vez na turma. Apenas ele e o americano Carl Lewis conquistaram dois títulos seguidos nesta prova. O bicampeonato veio acompanhado da quebra de seu próprio recorde olímpico: 9s63 (a marca anterior era 9s69). Em agradecimento, se ajoelhou e beijou a pista.

- Muitas pessoas duvidaram de mim. Muita gente estava dizendo que eu não ia ganhar, que eu não parecia bem. Houve muita conversa. Mas mostrei que sou o número 1, que ainda sou o melhor. Dei mais um passo para me tornar uma lenda. Ainda faltam os 200m. A seletiva jamaicana me acordou. Yohan bateu na minha porta e disse: "Usain, acorda! Este é um ano olímpico". Nunca vou dizer que sou uma lenda antes dos 200m - afirmou.

Blake, que estava invicto durante toda a temporada, e o americano Justin Gatlin se esforçaram para impedir a façanha de Bolt. Fizeram os melhores tempos de suas vidas - 9s75 e 9s79, respectivamente -, mas nem isso foi suficiente para frear o homem mais rápido do mundo. Tiveram que se contentar com as medalhas de prata e de bronze. Medalha de ouro em Atenas 2004 e flagrado no doping dois anos depois, Gatlin resumiu o que foi a prova.

- Eu fiz o melhor que podia - disse.

Enquanto isso, o bicampeão dava uma interminável volta olímpica empurrado pelos gritos de "Usain, Usain" que vinham da arquibancada. Numa parte dela, Kobe Bryant, Kevin Durant & Cia. reviam a prova que gravaram em seus celulares. Comentavam o show que o velocista tinha dado e vibravam com as brincadeiras e a cambalhota que Bolt deu enquanto comemorava o feito. Mais em cima, os príncipes William e Harry também não tiravam os olhos dele.

A explosão era a de quem tinha passado momentos de preocupação. Embora não quisesse deixar transparecer, Bolt admitiu que estava preocupado com a saída  do bloco. Resolveu seguir a orientação do técnico e tentar esquecer isso. Foi para a raia, imitou um DJ durante a apresentação e correu por música. Apesar de ter largado atrás de Blake, Gatlin e Tyson Gay, não demorou a reagir. Como de costume, atropelou os rivais com o segundo melhor tempo da história. O primeiro (9s58) está em seu poder desde 2009.

- Eu estava preocupado com meu início porque não tenho o melhor tempo de reação, mas consegui e essa é a chave. Meu técnico me disse para eu parar de me preocupar com o início e me concentrar no final - lembrou.

Deu certo. Assim como para a compatriota Shelly-Ann Fraser-Pryce, que na véspera venceu os 100m e também tornou-se bicampeã olímpica. Ela conquistou o ouro com o tempo de 10s75, três centésimos abaixo do tempo registrado em Pequim. A prata foi para a americana Carmelita Jeter e o bronze ficou com a também jamaicana Veronica Campbell-Brown.

Nesta terça-feira, Usain Bolt voltará à pista para as eliminatórias dos 200m. Em sua prova favorita, o objetivo será o mesmo: tentar mais um bicampeonato.

Com estratégia perfeita, Fabiano Peçanha vai às semifinais dos 800m (Postado por Lucas Pinheiro)

A pista de atletismo do Estádio Olímpico foi transformada em um tabuleiro de xadrez. Cada peça, cada peão nos 800m masculino tinha uma estratégia traçada para alcançar seu objetivo. Logo na primeira bateria, um brasileiro brilhou na escolha do método para avançar às semifinais. Ao forçar bastante o ritmo de sua tomada de tempo, Fabiano Peçanha assumiu o risco e teve sucesso. Na segunda colocação, com 1m46s29, garantiu vaga automaticamente para a fase seguinte. Infelizmente, ele não terá a companhia de Kleberson Davide. O paulista, com muita febre devido a uma inflamação na garganta, não pôde competir.

Ainda comorando a classificação e procurando seus familiares nas arquibancadas, Fabiano admitiu que precisará buscar o melhor resultado de sua carreira para seguir vivo na competição. Das semifinais, marcadas para as 15h55m (horário de Brasília), apenas oito atletas seguirão para a disputa de medalhas, na quinta-feira. O mais veloz até o momento foi Abubaker Kaki, do Sudão, com 1m45s51.

- Eu queria levar em um ritmo em que tivesse uma boa chegada, só que não tão lento, porque senão todos acabam tendo uma boa chegada. A parcial me permitiu que segurasse até o fim. Eu tinha a quinta marca da bateria, já estou entre os 24 e agora vamos pensar na grande final. Vou precisar ter um grande dia, porque passar entre os oito é outra história. Se eu forçar muito, atletas mais rapidos que eu podem me acompanhar mais facilmente e me ultrapassar no final. Eu vou ter que ter um dia muito especial e me superar para estar na final – disse, em entrevista ao SporTV.

Logo na primeira bateria, Fabiano adotou uma estratégia ousada. Pulou na frente dos adversários para puxar o ritmo desde o princípio. Com uma série forte, suas chances de se classificar por tempo, caso não fosse um dos três primeiros, seriam maiores. A previsão era bem realista, já que ele tinha apenas o quinto melhor tempo de balizamento. O gaúcho, porém, se segurou como pôde. Forçou os limites do próprio corpo e foi recompensado. Ultrapassado apenas por Nijel Amos, de Botsuana, no fim, garantiu a classificação automática para as semifinais com 1m46s29.

Na segunda série, David Lekuta Rudisha fez o mesmo. Mas o atual campeão mundial da distância sobrou tanto que pôde se dar ao luxo de reduzir drasticamente o ritmo no fim e ainda assim cruzar na frente dos rivais, com 1m45s90. Na terceira bateria, Abubaker Kaki, do Sudão, foi impulsionado justamente pelo excesso de concorrentes de peso. O atleta completou o percurso em 1m45s51, melhor tempo geral. Foi seguido de perto Timothy Kitum (1m45s71), do Quênia, e Abdulaziz Lada Mohammed (1m46s09), da Arábia Saudita.

domingo, 5 de agosto de 2012

Scheidt e Prada fecham medal race em sétimo e ficam com o bronze (Postado por Lucas Pinheiro)

Robert Scheidt e Bruno Prada sabiam, no começo do dia, que o ouro era improvável. Os brasileiros da Star entraram na Baía de Weymouth ainda sonhando, mas saíram da água com a mesma constatação que tiveram durante a maioria da semana. Scheidt e Prada, sétimos na última regata, deixam os Jogos de Londres 2012 com o bronze.

O título, surpreendentemente, ficou com os suecos Max Salminen e Fredrik Loof, que tiraram o ouro das mãos dos favoritos britânicos Iain Percy e Andrew Simpson. Salminen e Loof ganharam a medal race e viram os velejadores locais amargarem um decepcionante oitavo lugar. Percy e Simpson tiveram de se contentar com a prata.

- Foi um dia de emoções um pouco diversas. Estamos muito felizes pela conquista de uma medalha olímpica de bronze, e lógico, ficou um gosto amargo por ter perdido uma posição hoje. Saímos da prata para o bronze, mas a dupla sueca velejou muito bem e está de parabéns. A gente teve algumas oportunidades, mas não soube aproveitar muito bem. É uma regata muito curta, as decisões são rápidas e as mudanças também, visto que o barco britânico perdeu 12 pontos numa regata. É uma surpresa muito grande - disse Scheidt ao SporTV.

O pódio faz de Scheidt o atleta brasileiro com maior número de medalhas olímpicas - honra dividida com o também iatista Torben Grael. Robert tem ouros em Atlanta 1996 (Laser) e Atenas 2004 (Laser), pratas em Sydney 2000 (Laser) e Pequim 2008 (Star) e o bronze de Londres 2012 (Star). Torben, por sua vez, foi campeão em Atlanta 1996 (Star) e Atenas 2004 (Star), prata em Los Angeles 1984 (Soling) e bronze em Seul 1988 (Star) e Sydney 2000 (Star).

- É uma honra muito grande, um número muito grande. Você pensa em cinco Olimpíadas e o tempo que isso leva... Medalhar em todas é muito difícil. Tenho ainda muita vontade de continuar. Minha carreira ainda está longe de terminar. Quero tentar no mínimo mais uma Olimpíada - completou Scheidt.

Scheidt e Grael também são os velejadores com maior número de pódios na história olímpica. O britânico Ben Ainslie, que rivalizou com Scheidt na classe Laser, também pode chegar a cinco medalhas neste domingo. Ele luta pelo ouro classe Finn em Londres 2012 e pode se tornar também o maior campeão olímpico da história da vela ao lado do dinamarquês Paul Elvstrom. Ainslie tem três títulos: Sydney 2000, na Laser, e Atenas 2004 e Pequim 2008, ambos na Star. Antes, o britânico foi prata em Atlanta 1996, na Laser.

Confira a classificação final da classe Star nas Olimpíadas de Londres 2012:

1. Fredrik Loof / Max Salminen (SUE) - 32 pontos perdidos
2. Iain Percy / Andrew Simpson (GBR) - 34 pp
3. Robert Scheidt / Bruno Prada (BRA) - 40 pp
4. Eivind Melleby / Petter Morland Pedersen (NOR) - 63 pp
5. Hamish Pepper / Jim Turner (NZL) - 70 pp
6. Robert Stanjek / Frithjof Kleen (ALE) - 70 pp
7. Mark Mendelblatt / Brian Fatih (EUA) - 71 pp
8. Mateusz Kusznierewicz / Dominik Zycki (POL) - 72 pp
9. Xavier Rohart / Pierre Alexis Ponsot (FRA) - 86 pp
10. Peter O'Leary / David Burrows (IRL) - 95 pp

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Meninas do vôlei quase entregam, mas batem as chinesas e respiram (Postado por Lucas Pinheiro)

Três jogos, duas derrotas e muitas dúvidas. Era essa a estrada esburacada que o vôlei feminino vinha percorrendo em Londres. A busca por uma vitória nesta sexta-feira não tinha a ver apenas com asfaltar o caminho e recuperar a confiança. A essa altura do campeonato, era preciso ser prático, e só o triunfo espantaria o risco de ver as campeãs olímpicas eliminadas na primeira fase. Do outro lado da rede estava uma China que virou presa fácil no primeiro set, mas se agigantou e foi buscar um jogo que parecia perdido. Um apagão no quarto set quase colocou tudo a perder, mas as meninas de José Roberto Guimarães respiraram aliviadas no tie-break: 3 a 2 (25/16, 20/25, 25/18 e 28/30 e 15/10).

Com a vitória por 3 sets a 2, o Brasil soma dois pontos, chega a quatro, e empata com a Turquia. Para avançar às quartas, tem que vencer o último jogo da primeira fase, que será contra a Sérvia, lanterna da chave, e torcer por um tropeço das turcas. Nas Olimpíadas, a chave conta com seis equipes e as quatro primeiras se classificam.

O Brasil encerra a etapa de classificação no próximo domingo, às 18h (horário de Brasília), contra a Sérvia. A China, terceira colocada, enfrenta a Coreia do Sul, vice-líder da chave, e as americanas, líderes do grupo B, pegam a Turquia.

- É uma situação horrível. Em termos de Olimpíadas, é inédito para a gente. Isso é o que me entristece. Temos a chance de estar dentro, o importante é a Turquia não fazer três pontos. Mas houve uma recuperação. Era uma situação difícil, e eu não tinha dúvidas sobre o comportamento delas, nós precisávamos jogar da forma como jogamos hoje - afirmou Zé Roberto Guimarães.

Ouro nos Jogos de 2004 em Atenas e bronze em Pequim, a China não conseguiu arrancar resultados tão bons no último ciclo olímpico. Com sua principal atacante, Yimei Wang, vindo de uma cirurgia no tornozelo, a equipe do técnico Yu Juemin tem agora campanha idêntica à do Brasil, com dois triunfos e dois tropeços.

Zé Roberto mexe no time

A confiança era claramente outra. Com Dani Lins levantando e Jaqueline de volta ao time titular no lugar de Fernanda Garay, o Brasil mostrou no início que estava disposto a se recuperar. Abriu 5/2 e, com o ataque bem dividido, chegou à primeira parada técnica vencendo por 8/4. Jaque e Thaisa capricharam nos ataques, a diferença pulou para seis pontos. A atacante Yimei Wang chegou a furar uma cortada de maneira constrangedora e trombou com o juiz na lateral da quadra. Àquela altura, o primeiro set já estava sob controle para a equipe de amarelo, que foi para a segunda parada vencendo por 16/8. Paula, Jaqueline e Sheilla continuaram pontuando sem dificuldade até a primeira parcial chegar ao fim: 25/16.

O segundo set começou com as chinesas dando uma resposta e abrindo 3/1. O cochilo durou pouco, e logo o placar virou para 5/3. O equilíbrio foi maior do que no set inicial, mas ainda assim o Brasil deu um jeito de segurar a vantagem na parada técnica: 8/7. Na volta, o jogo mudou de figura. A China abriu 16/12, sob o comando de Ruoqi Hui, e ganhou moral. Na bola de Jaqueline que cortou para 19/17, os gritos da capitã Fabiana puxaram a vibração do time, que foi atrás do empate com Jaque no bloqueio. A torcida acordou na Arena, mas a China não se importou. Abriu 23/20 e forçou Zé Roberto a parar o jogo. Não adiantou. Em um lance de indecisão na defesa brasileira, as orientais fecharam em 25/20 e igualaram a partida.

O tropeço ligou o alerta para a seleção. Com o novo regulamento, em que a vitória por 3 a 0 ou 3 a 1 vale três pontos, e o 3 a 2 vale apenas dois, a equipe de Zé Roberto não queria saber de entregar mais um set. E começou concentrada, com Sheilla voando. Na primeira parada, a atacante já tinha 14 pontos, e o Brasil ganhava por 8/5. Na volta, contudo, três pontos seguidos das chinesas deixaram tudo igual.

Quando o placar chegou a 14/12 para as asiáticas, Zé Roberto lançou Garay no lugar de Paula. Mas era Sheilla que continuava virando todas. A ajudinha veio com um ponto de graça quando as chinesas erraram o rodízio na quadra. O Brasil aproveitou o embalo e abriu quatro de vantagem com um bloqueio e uma cortada certeira de Jaque, que vibrou apontando para a torcida. Thaisa também entrou no jogo, e aí não deu para a China: 25/18.

O panorama do set anterior se repetiu. O Brasil foi para a primeira parada vencendo por 8/6, a China empatou, mas a equipe verde-amarela conseguiu se manter à frente no placar. As orientais, contudo, não se entregavam, sob o comando de Chuniei Zeng. O time de Zé Roberto abriu 24/21, mas permitiu a reação. Bolas de segurança na mão de Sheilla, que virava quase todas. Mas Fabiana cometeu erro básico de dois toques no levantamento, e uma falha de Garay na defesa criou um cenário que parecia impossível. Apos cinco set points, China 30/28, tie-break a caminho.

O equilíbrio deu as caras no set decisivo, e o Brasil voltou a ter vantagem de dois pontos na troca de lado, com 8/6. A diferença pulou para 11/7, e aí só era preciso evitar outro apagão. O saque torto de Fabiana deixou a torcida apreensiva de novo, mas Natália explorou o bloqueio em seguida para fazer 12/8. Desta vez, sem colapso: 15/10. Ainda com a corda apertando de leve no pescoço, sem mostrar um vôlei consistente, mas com o direito de sonhar com o bicampeonato olímpico.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Alison brilha no bloqueio, e dupla brasileira avança às oitavas (Postado por Lucas Pinheiro)

O tempo estava fechando em Londres. Nuvens escuras mostravam que o início do dia não seria fácil. E não foi. Nicolai e Lupo queriam estragar a festa brasileira nos Jogos. Pararam em um gigante chamado Alison. O Mamute subiu o paredão, brilhou com oito bloqueios certeiros e, ao lado de Emanuel, carimbou o passaporte para as oitavas de final das Olimpíadas ao vencer por 2 sets a 0 (26/24 e 21/18) na manhã desta quinta-feira.

- Sabíamos que seria um jogo difícil. Já enfrentamos essa dupla quatro vezes e sempre foram jogos duros. Mas o importante é que eu saio feliz com o primeiro lugar do grupo. Depois que o bloqueio do Alison começou a entrar, o jogo começou a sair - disse Emanuel, em entrevista ao SporTV.

- Eu estou crescendo ao lado do Emanuel. O bloqueio ajudou muito hoje. Isso é importante - concluiu Alison.

Com o terceiro triunfo, Emanuel e Alison fecharam a primeira fase na liderança da chave A, com seis pontos. A dupla brasileira conhecerá a adversária nas oitavas apenas ao fim da rodada nesta quinta-feira.

Início complicado

Saques não forçados, erros de ataque e uma dupla adversária que estava com a sorte ao lado no início da manhã desta quinta-feira fizeram com que Emanuel e Alison suassem para vencer o primeiro set. Nicolai e Lupo sabiam que o caminho para passar pelo Mamute era a largada em diagonal. Deu certo. O gigante ainda estava tímido na rede, e o placar ficou dilatado em três pontos para os italianos.

Enfim, eles começaram a errar. Seis vezes seguidas. Saques para fora, ataques desperdiçados. O mormaço na arena em Londres parecia abrir o caminho para a dupla brasileira. Mas depois de quatro match points, Emanuel errou a mão na rede, e a vantagem virou para os europeus.

Chegou a hora do gigante aparecer. E ele apareceu. Com três bloqueios, sendo os dois últimos seguidos, no mesmo lance, em cima de Lupo, Alison fechou o set em 26/24.

O paredão do estreante em Jogos continuou alto no início da segunda parcial. O Brasil chegou a abrir 3 a 0 no placar. Erros em ataques, porém, deixaram os italianos virarem para 5 a 3. Então, Alison apareceu no bloqueio de novo para virar o marcador. Os italianos sabiam que tinham que achar uma maneira de passar pelo gigante. Não conseguiram. Viraram tanto a mão que atacaram para fora. Já estava 7 a 5.

Com a segurança no bloqueio, a defesa de Emanuel também encaixou. Melhor no segundo set, a dupla verde e amarela levantou a torcida com uma vantagem de cinco pontos no placar (14 a 9). A Itália continuava a forçar o saque. Quando os brasileiros estavam prontos para encerrar o jogo, a sorte quis sorrir novamente para os adversários. Nicolai sacou, e a bola tocou na fita antes de cair na quadra e quebrar a recepção. Mas não teve jeito. No serviço seguinte, ela parou na rede, e Alison e Emanuel, enfim, comemoraram a passagem para as oitavas de final.

Mayra Aguiar passeia nas quartas e pega arquirrival Harrison na semifinal (Postado por Lucas Pinheiro)

Mayra Aguiar está nas semifinais das Olimpíadas de Londres 2012. A brasileira líder do ranking mundial derrotou a polonesa Daria Pogorzelec nas quartas de final com facilidade, com dois wazaris a zero, da mesma forma que havia eliminado a tunisiana Hana Mareghni na estreia.

Na semifinal, Mayra enfrenta a arquirrival americana Kayla Harrison, que deu sorte nas quartas de final - estava em desvantagem contra a húngara Abigel Joo, que sofreu uma lesão no joelho e teve de lutar no sacrifício. Ela acabou sofrendo o ippon. As semifinais têm início às 10h (horário de Brasília).

Mais uma vez Mayra dividiu o dojo com Gemma Gibbons. Empurrada pela torcida, a britânica venceu outra, agora com wazari a seis segundos do fim. A brasileira saiu do tatame, com a virória, e deu lugar a Kayla, sua maior adversária.

A americana levou um wazari no segundo minuto de luta contra a húngara. A comissão técnica brasileira, das arquibancadas, pedia ippon. Kayla chegou a empatar o combate, mas, após revisão, os árbitros deram apenas yuko. A1m50s do fim, o golpe fatal. Kayla derrubou a húngara: ippon.

- É uma final antecipada. A Mayra precisa firmar bem a pegada com as duas mãos. Esse vai ser o segredo - disse Antônio Carlos Pereira, o Kiko, técnico da judoca no Sogipa.

A luta começou a mil por hora, com as judocas tentando entradas em menos de 20s. Quando notaram que o duelo não seria tão fácil, o combate passou a ser mais estudado. Restando 3m31s, a brasileira conseguiu um golpe quase perfeito e obteve um wazari. Com 2m37s, Mayra conseguiu um contragolpe que poderia ter lhe rendido um wazari. O árbitro voltou atrás na pontuação, mas sem problemas: a brasileira encaixou uma imobilização, segurou por 20s e obteve seu segundo wazari, conquistando assim a vitória.

No judô, dois wazaris, segunda maior pontuação do esporte, se equivalem a um ippon (golpe perfeito), que encerra a luta no mesmo momento.

Cielo avança em segundo nos 50m livre; Fratus também está na semi (Postado por Lucas Pinheiro)

Eles nadaram lado a lado, como em tantos campeonatos nacionais que estão acostumados. Era uma eliminatória de Jogos Olímpicos, mas Cesar Cielo e Bruno Fratus fizeram parecer um Troféu Maria Lenk. Na última série dos 50m livre, não tomaram conhecimento dos adversários, se permitiram dar uma respiradinha e se classificaram com o segundo e terceiro tempos: Cielo com 21s80, Fratus com 21s82. O mais rápido foi George Bovell, de Trinidad e Tobago, que marcou 21s77. Nesta quinta-feira, eles voltam ao Centro Aquático para brigar por suas vagas na final, a partir das 15h32m (de Brasília).

Bicampeão mundial da prova, Cielo tinha ainda as marcas de uma noite mal dormida. Demorou a pegar no sono depois da final dos 100m livre, na qual terminou em sexto lugar. Ainda assim, mostrou que está forte na intenção de conquistar o seu segundo título seguido nas Olimpíadas. 

- Foi uma nadada tranquila, fiz o suficiente para passar. Eu me concentrei para classificar, porque sabia que classificavam 16. Então, não fiz uma prova colocando toda a intensidade que gosto. Vamos ver se hoje à noite, colocando um pouquinho mais, sai uma prova melhor e uma vaga na final - disse. 

Fratus quer o mesmo. Minutos depois de ter deixado a piscina, o calouro olímpico ainda  estava agitado, com a adrenalina alta. Já tinha nadado o 4x100m livre, mas contava os dias para os 50m. Não aguentava mais ficar em seu quarto sem ter o que fazer. Queria ir logo para a briga.

- Finalmente chegou o dia. Eu adorei o tempo, me senti muito bem. Chegou ali por volta dos 30, 35m e vi que estava bem confortável e aí eu me dei a liberdade de dar uma respirada, de dar uma seguradinha para ficar mais sossegado para a tarde. Lá  vai ser colocar o traje e ir nadar. Friozinho na barriga dá sempre, mas é o que dá a graça do negócio. Mas está supercontrolado, estou tranquilo e  confio no trabalho que fiz e no suporte que tive. Agora vou dar uma olhada na prova com o biomecânico e ver o que posso melhorar. Sempre tem alguma coisa - afirmou.

No ano passado, no Mundial de Xangai, Fratus aprendeu uma grande lição. Surpreendeu os adversários ao avançar com a melhor marca para a final, só que não aguentou a pressão. A  medalha que ele tanto sonhava escapou e ele teve de se contentar com o quinto lugar. Desta vez, prometeu ao técnico que não deixaria a chance escapar. 

- A cabeça tranquila. A gente tem visto nessas Olimpíadas que favoristimo não leva ninguém a lugar nenhum. Então, estou procurando ficar bem relaxado, consciente e sóbrio. É o que pretendo. Aqui não dá para ficar de brincadeira, não. Tem que nadar rápido. E ter o Cielo do meu lado é ótimo, é a melhor referência sempre. Estou procupado com minha performance. Essa é uma prova muito rápida. Se olhar para a raia do lado você fica para trás.

Em dois momentos

A próxima fase da disputa contará com dois nomes em momentos diferentes. O australiano James Magnussen, que perdeu o ouro nos 100m livre por um centésimo, entra nas semifinais com o 10º tempo (22s11). Admitiu que a última coisa que queria era deixar a cama e ir nadar de novo. Ainda não consegue aceitar que não subiu ao degrau mais alto do pódio por apenas um centésimo. Já Anthony Ervin não tem do que reclamar. Campeão olímpico dos 50m livre - empatou com Gary Hall Jr. - em Sydney-2000, o americano volta aos Jogos após 12 anos. Depois daquele ouro, se despediu da piscina em 2003 e voltou só no ano passado. Viajou, tocou guitarra numa banda e deu aulas de natação. Também vendeu a medalha por 17 mil dólares para ajudar as vítimas do tsunami de 2004 no Oceano Índico. Ervin ficou nervoso como se estivesse nadando sua primeira prova na vida, mas está confiante de que poderá ir bem na briga.

Classificados paras as semifinais dos 50m livre:

1º George Richard Bovell (Trinidad e Tobago): 21s77
2º Cesar Cielo (Brasil): 21s80
3º Bruno Fratus (Brasil): 21s82
4º Anthony Ervin (EUA): 21s83
5º Roland Schoeman (África do Sul): 21s92
6º Cullen Jones (EUA): 21s95
7º Andrey Grechin (Rússia): 22s09
    Andrii Govorov (Ucrânia): 22s09
    Florent Manaudou (França): 22s09
10º James Magnussen (Austrália): 22s11
11º Luca Dotto (Itália): 22s12
      Gideon Louw (África do Sul): 22s12
13º Brent Hayden (Canadá): 22s15
14º Krisztian Takacs (Hungria): 22s19
15º Norbert Trandafir (Romênia): 22s22
16º Eamon Sullivan (Austrália) 22s27