segunda-feira, 30 de abril de 2012

Neymar esquece gripe para liderar ranking de velocistas do Santos (Postado por Lucas Pinheiro)

A última semana não foi fácil para Neymar. Além de ter de encarar uma viagem para La Paz, a mais de 3.600 metros acima do nível do mar, o craque do Santos teve de enfrentar o Bolívar, pelas oitavas de final da Libertadores, com gripe. No entanto, nem o vírus, nem a altitude da capital boliviana abateram o atacante. O camisa 11 do Peixe está com fôlego em dia e provou isso na semifinal do Paulistão, diante do São Paulo, no último domingo.

Como já virou rotina em jogos do Alvinegro, Neymar foi mais uma vez decisivo. Ele fez os três gols da vitória por 3 a 1 do Peixe sobre o Tricolor e infernizou a defesa são-paulina. Ao repertório de dribles que lhe é peculiar, o craque acrescentou a correria: foi o santista mais veloz e que mais deu arrancadas na semifinal – ficou atrás apenas do lateral Cortez no geral dos dois critérios.

O segundo dos três gols do último domingo é um exemplo de que a gripe e os efeitos da altitude ficaram para trás. Após vacilo da defesa tricolor, Ganso deu uma enfiada para Neymar, que ganhou do zagueiro Paulo Miranda na corrida para balançar a rede.

Só no último domingo, essa cena se repetiu 34 vezes. Em uma dessas arrancadas, o velocista Neymar chegou a atingir a velocidade de 34,71km/h. Para se ter uma dimensão mais clara, se o craque fosse disputar uma prova de 100 metros rasos contra o recordista mundial Usain Bolt, ainda sairia na foto, já que a velocidade máxima do jamaicano é de aproximadamente 44km/h.

– É por isso que ele é o diferente. O duro é ter de lidar com um jogador mais ou menos. É bom conviver com um dos melhores do mundo. Atende até demais as pessoas. Um fora de série dentro e fora do campo. Na minha idade, não dá mais para aguentar jogador "mala". Basta eu – brinca o técnico Muricy Ramalho, que tem 56 anos. – O Neymar é um moleque humilde, que respeita todo mundo. Falo para ele ir para cima – emenda o comandante alvinegro.

Para parar esse torpedo driblador, somente com faltas. Neymar é alvo dos marcadores. No domingo não foi diferente, sendo que três das faltas no atacante provocaram cartões amarelos para os são-paulinos. Os dribles do camisa 11 do Peixe irritaram o técnico Emerson Leão, mas Muricy não se preocupa.

– Neymar sabe o limite dele. Só não quero que ele entre em atrito com adversário. É difícil marcar o garoto, não tem como chegar leve. Aí as faltas parecem escandalosas, mas são do jogo, são normais – disse Muricy.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Silva x Sonnen 2 vai para os EUA e UFC 147 ainda não tem local definido (Postado por Lucas Pinheiro)

Em uma coletiva de imprensa curta e marcada pela ironia do americano Chael Sonnen, o presidente do UFC, Dana White, confirmou nesta terça-feira, que a segunda luta entre Anderson Silva e Chael Sonnen acontecerá do UFC 148, dia 7 de julho, em Las Vegas. A mudança da sede do UFC 147 também aconteceu, mas o evento ainda não tem um destino definido. Com a impossibilidade de realizar o torneio num estádio de futebol que pudesse quebrar o recorde de público da franquia, a luta principal da noite, passa a ser o duelo entre os treinadores do "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões", Vitor Belfort e Wanderlei Silva, ou uma eventual participação de José Aldo no torneio, que mantém a data de 23 de junho.

A coletiva começou com Dana White explicando que tinha uma boa e uma má notícias.

- A boa é que a luta entre Anderson Silva e Chael Sonnen acontecerá, e a má é que não será no Brasil. Ainda não temos um local para o restante do evento, que terá as finais do TUF Brasil e a luta dos treinadores Vitor Belfort e Wanderlei Silva, mas certamente acontecerá no Brasil. Ainda estamos trabalhando para que José Aldo também esteja no torneio. Anderson ficou muito chateado por não lutar aqui. Conversamos muito e eu o convenci a lutar em Las Vegas, onde haverá hotel para todos que estiverem lá - alfinetou o dirigente.

Perguntado sobre o que achou da mudança do local da luta, o campeão brasileiro não escondeu a decepção.

- Eu sou brasileiro, grato a tudo o que os meus fãs brasileiros me proporcionaram até agora. Não estou feliz por a luta não ser realizada no Brasil, mas não tenho fãs somente no Brasil. Vou fazer meu trabalho onde quer que seja. Houve uma aliança que o UFC fez com uma companhia que não foi suficientemente profissional para entender o tamanho do evento. Para mim é indiferente. Sou lutador. Meu primeiro título mundial foi no Japão, contra o Sakurai e havia dois mil japoness torcendo contra. Mas quando se está lá em cima, é tudo diferente. Eu sei exatamente como é. Quem luta no UFC é bom, tem qualidade, porque é o maior evento de MMA do planeta. Mas não acho nada sobre o Sonnen. Lá em casa tem um pé de acho, mas nunca dá nada.

Chael Sonnen também não fez questão de ser simpático, e destilou toda sua ironia sobre a fama de Anderson Silva como o melhor lutador do mundo.

- Não tenho nada contra os brasileiros, e sim contra alguém sentado a poucos metros de mim. As suas mulheres são ótimas comigo. Fiquem à vontade para me ligarem e me fazerem uma visita. Minha impressão sobre o Brasil é muito parecida com as que eu tenho dos EUA. Quando eu era criança, me lembro de conversar com meus amigos. Nós falávamos sobre as últimas novidades da tecnologia, medicina, jogos e da ingenuidade americana. Eu olhava para fora e via Anderson e as crianças brasileiras brincando na lama. Anderson Silva fica tão perto das árvores que não consegue enxergar a floresta. Acho embaraçoso que ele sente ali, na frente da TV, com um cinturão falso fingindo que é campeão. Ele fala do seu legado. Conquistou o cinturão contra o "grande" Chris Leben, defendeu seu cinturão contra o "fenomenal" Patrick Coté e deu show diante do "fortíssimo" Thales Leites. Que legado! Ele diz que eu desrespeitei sua família. Sim, eu fiz isso. E o que você vai fazer a respeito? Use a escola Ed Soares de desculpas para dizer o que terá dado errado quando eu o surrar para todo o mundo assistir. É isso o que acontecerá no dia 7 de julho.

Questionado sobre o fato de as suas lutas sempre serem apontadas como as melhores lutas do mundo muito mais por sua habilidade do que as dos seus oponentes, Anderson desabafou.

- Até que enfim uma pergunta inteligente! Quando comecei a treinar artes marciais, eu aprendi o que era respeito. Sonnen não sabe o que é arte marcial. Ele é wrestler, não sabe o que é respeito às pessoas. Tem gente que diz que ele está promovendo a luta, mas ele desrespeitou meu país, minha família e o público. Alguns não tem conhecimento de causa, e acham isso o máximo. Ele fez de tudo nos cinco rounds, mas não fez o principal, que é vencer - disse Anderson Silva, enquanto Sonnen fingia roncar de tédio.

No fim da coletiva, os dois lutadores posaram para os fotógrafos, e Anderson Silva fez questão de não olhar nos olhos de Sonnen. Depois, quando posou com o cinturão, o americano fez menção de pegá-lo, como se fosse seu, e Anderson não esboçou nenhuma reação.

- Não sei se Chael é o vilão ou é doido. Ele fala o que vem à cabeça, mas ele banca tudo o que ele diz. Ele foi o único a chegar perto de vencer Anderson Silva desde que ele chegou ao UFC. Isso é um fato. Anderson é o melhor lutador peso por peso do mundo, e talvez da história. Me perguntam como posso dizer que Jon Jones não é o melhor. Não digo porque ele não é. O melhor é Anderson Silva.

Na última pergunta feita a Chael Sonnen, o americano aproveitou para debochar dos irmãos Nogueira e fazer propaganda do seu livro. Mostrando um disfarce com óculos, bigode e nariz postiços, o desafiante mais uma vez destilou toda sua ironia.

- Eu comprei isso só pra entrar nesse país. Quando coloquei no meu rosto, todo mundo achou que eu era o (Minotauro) Nogueira. Isso aconteceu de verdade. Eu achei que era um grande nariz, óculos, que me fariam parecer com Frankestein. Mas para aqueles que querem me conhecer melhor e saber mais sobre mim, meu livro já está à venda. Se chama "A voz da razão". Obrigado - finalizou.

Dana White também explicou a razão de ter escolhido Las Vegas como sede da luta, que ele considera o maior evento esportivo do ano.

- Las Vegas é um lugar no qual as pessoas apostam, comem, saem, se divertem. Se não fosse no Brasil, seria em Vegas. A data da luta é seguinte ao feriado de 4 de julho, o maior dos Estados Unidos. E vejam bem: Manny Pacquiao é imenso nas Filipinas, mas nunca lutou lá. Ele luta em Las Vegas. Há tudo que se pode fazer por lá. Será um feriado gigante, e se vocês pararem para pensar, faz todo o sentido realizar essa luta lá.

Entenda o caso

A intenção do UFC era fazer a revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen num grande estádio de futebol no Brasil, para quebrar o recorde de público da companhia, 55 mil pessoas, marcado em 30 de abril de 2011, no UFC 129, em Toronto, Canadá. O plano inicial era realizar o evento em São Paulo, mas problemas burocráticos impediram que as duas opções do Ultimate, Morumbi e Pacaembu, fossem utilizadas. Em março, o Engenhão foi anunciado como sede do UFC 147, marcado para 23 de junho.


White alegou, entretanto, que a falta de estrutura do Rio de Janeiro em suportar dois grandes eventos ao mesmo tempo foi o principal motivo para a mudança. Entre os dias 20 e 22 de junho, a cidade sediará a Rio +20, conferência de desenvolvimento da ONU, que vai receber cerca de 100 chefes de estados e suas comitivas. O UFC teve dificuldades de encontrar hotéis para abrigar lutadores, funcionários e a imprensa internacional. Com pouco tempo para buscar outro estádio de futebol em outra cidade para realizar o card, a solução encontrada foi transferir o UFC 147 para o Mineirinho. Na semana passada, um diretor da empresa parceira do Ultimate no Brasil fez uma pré-reserva no Mineirinho, em Belo Horizonte, dando um forte indício de que a cidade poderia vir a sediar o evento.

Todavia, sem a possibilidade de quebra de recorde de público no Brasil, a organização optou por levar a revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen para os EUA, como luta principal do UFC 148, card especial de comemoração do feriado do Dia da Independência Americana, em Las Vegas. O duelo entre Vitor Belfort e Wanderlei Silva - outra desforra, de uma luta realizada na primeira visita do Ultimate ao país, em 1998, vencida por Belfort - passa a ser forte candidato ao evento principal do UFC 147, que terá ainda as decisões dos torneios de pesos-penas e pesos-médios do TUF Brasil, e a possibilidade de contar com o campeão dos pesos-penas, José Aldo, ainda sem adversário definido.

sábado, 21 de abril de 2012

Real encerra jejum, bate o Barça com gol de CR7 e fica bem perto do título (Postado por Lucas Pinheiro)

O Real Madrid deu um passo importante rumo ao título do Campeonato Espanhol. Neste sábado, os merengues venceram o Barcelona por 2 a 1, no Camp Nou, e abriram sete pontos de vantagem para os rivais, a quatro rodadas do fim da competição. Na era Pep Guardiola, os "Galácticos" ainda não tinham vencido os rivais na Catalunha.

Os gols do triunfo merengue foram marcados por Khedira, após falha de Puyol, e Cristiano Ronaldo. Alexis Sánchez balançou a rede para o Barcelona. Com o resultado, o Real chegou aos 88 pontos, deixando o rival com 81. Na próxima rodada, a equipe de Mourinho recebe o Sevilla, no Bernabéu. O Barça terá pela frente o Rayo Vallecano, fora de casa.

Além de se aproximar do título, que não consegue desde a temporada 2007-2008, o Real Madrid encerrou o incômodo jejum de não vencer o Barça desde a mesma temporada, quando o time rival era comandado pelo holandês Frank Rijkaard. Na última vitória, os merengues ganharam por 1 a 0, gol do brasileiro Julio Baptista.

Real mantém equipe da Champions, e Barça inicia com Tello e Thiago

Com a bola rolando, a primeira chance saiu logo aos três, com Cristiano Ronaldo subindo mais que a zaga do Barça e obrigando Valdes a se esticar todo para defender. A partida seguiu equilibrada. Ora o time catalão no ataque, ora os merengues.

E, mesmo jogando fora de casa, o Real Madrid foi premiado com uma bobeada de Puyol. Após cobrança de escateio, a bola caiu nos pés do capitão do Barça, que, em vez de afastar o perigo, tentou dominar a bola dentro da pequena área. Esperto no lance, Khedira dividiu com o espanhol e abriu o marcador no Camp Nou.

A partir do gol, o Real passou a esperar o Barça. Os visitantes recuaram e deixaram a responsabilidade de buscar o resultado para os donos da casa. E, aos 26 minutos, quase saiu o empate do time catalão. Messi puxou a marcação e deu um lindo passe para Xavi. O espanhol, que completou 32 jogos contra os rivais e se tornou o jogador que mais vezes enfrentou a equipe da capital, dominou na frente de Casillas e finalizou. O goleiro salvou os merengues com um leve toque de perna direita na bola.

Até o fim do primeiro tempo, o panorama do jogo se manteve. O Barcelona buscava o empate, e o Real esperava fechadinho em sua defesa, apostando num contra-ataque para tentar matar a partida. Mas a etapa inicial ficou mesmo no 1 a 0 para os merengues.

CR7 acorda na etapa final e garante vitória do Real

O panorama da partida seguiu da mesma maneira no segundo tempo. E, aos nove minutos, Tello perdeu um gol inacreditável. Thiago Alcântara fez um lançamento lindo para a revelação do Barça, que ficou na cara de Casillas. O atacante bateu de primeira e isolou a bola, desperdiçando uma ótima oportunidade de deixar tudo igual no Camp Nou.

O ataque contra a defesa seguiu da mesma maneira. Era o Barça pressionando, e o Real se defendendo. E, para piorar, os merengues não conseguiam aproveitar os contra-ataques. Cristiano Ronaldo era figura nula em campo. Pouco produzia a favor dos merengues. Não chamava a responsabilidade da partida.

Após tanto pressionar, o Barça foi premiado por seu esforço. Logo após entrar na vaga de Xavi, Alexis Sánchez aproveitou bate-rebate na área e igualou o marcador. Casillas salvou o primeiro chute do chileno, que, caído, conseguiu pegar o rebote e empatar a partida, aos 25 do segundo tempo. Foram seus primeiros toques na bola.

Dois minutos depois, CR7 finalmente acordou em campo. Özil fez um ótimo lançamento para Cristiano Ronaldo, que ganhou na velocidade de Mascherano, invadiu a área e tocou por cima de Valdes, colocando novamente o Real em vantagem. Após balançar a rede do Barça, o português provocou os rivais na comemoração. Apontou para o próprio peito, fez cara de ironia e fez gestos para que a torcida se acalmasse. Esse foi o 109º gol dos merengues na temporada - quebrando o recorde da equipe de 1989-1990.

A 15 minutos para o fim do jogo, os ânimos ficaram exaltados, como de costume ultimamente no clássico. Daniel Alves dividiu a bola com Cristiano Ronaldo, que ficou caído no chão. Os jogadores das duas equipes iniciaram um princípio de discussão, que logo foi contido pelo árbitro.

Após o gol de CR7, o Barça não conseguiu mais reagir. Até manteve a posse de bola, mas nada que assustasse os merengues. No fim, o Real saiu de campo com o triunfo após quase quatro temporadas e muito próximo de mais um título do Espanhol.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pedra no sapato de Messi: Barça martela, mas perde para o Chelsea (Postado por Lucas Pinheiro)

Dessa vez, não houve chutaço de Iniesta, jogo bonito ou genialidade de Messi que desse jeito: o Barcelona foi a Stamford Bridge e perdeu para o Chelsea por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, na primeira partida da semifinal da Liga dos Campeões da Europa. Após rara vacilada de Messi e assistência de Ramires, Didier Drogba foi o herói da noite com um gol no minuto final do primeiro tempo.

Passar em branco também foi uma novidade para o craque argentino, que havia marcado nos últimos dez jogos. O resultado não só deu boa vantagem aos ingleses, como também os mantiveram como a pedra no sapato de Messi: sete jogos. Já os catalães conheceram sua terceira derrota na temporada - Osasuna e Getafe foram os vilões anteriores - e a primeira na Champions desde o revés sofrido diante do Arsenal, no dia 8 de março de 2011, por 2 a 1.

Agora, o Chelsea tem quatro vitórias, quatro empates e apenas três derrotas em 11 confrontos com o Barça na história da Champions e vai ao Camp Nou na próxima terça-feira podendo empatar para chegar à final. Ao Barcelona, obviamente, vencer é a única saída para ir a Munique no dia 19 de maio contra o vencedor de Real Madrid e Bayern. Os alemães saíram na frente na última terça: 2 a 1, em casa.

Fazendo valer o que Roberto di Matteo disse no dia anterior, o time catalão mostrou que o estilo de jogo do rival realmente lhe impõe muitas dificuldades. Mesmo martelando do inicio ao fim e com cerca de 70% de posse de bola, os comandados de Pep Guardiola foram superados pelos Blues em mais uma “pedra cantada” aos quatro ventos na prévia do confronto: o contra-ataque.

No último lance da partida, porém, por muito pouco o Barcelona não repetiu o feito de 2009. Aos 47, a bola sobrou na entrada da área para Pedro, que acertou o pé da trave esquerda de Cech. Busquets ainda ficou com o rebote, mas isolou mais uma grande oportunidade.

Mais do mesmo

O Chelsea prometeu marcar pressão, ser ofensivo e ousado, jogar de igual para igual com o Barça, mas não precisou muito para que os catalães mostrassem que a partida seria mais do mesmo que costuma acontecer em seus compromissos: ataque contra defesa. Dono da saída de bola, o time de Pep Guardiola trocou passes sem ser importunado pelos ingleses por exatos 1m50s, até que Ramires desarmou Messi na entrada da área, em jogada que deu a tona do que seria a partida.

Com Adriano e Dani Alves atuando realmente como laterais e bem avançados, o time catalão mantinha a bola no ataque, girava de um lado para o outro e por muitos momentos tinha apenas Victor Valdés no campo de defesa. No lado do Chelsea, a profecia de Fàbregas na tarde anterior foi cumprida: muitos chutões para um Drogba isolado no ataque, brigando contra Mascherano e Puyol, e com, em alguns momentos, a companhia apenas de Ramires – dupla que faria sucesso minutos depois.

No Barça, o posicionamento da equipe chamou a atenção. Ao contrário do costume, Messi atuava mais recuado, sempre atrás de Fàbregas e Sánchez e em determinados momentos mais recuado até mesmo que Xavi e Iniesta. A estratégia daria certo se não fosse a má pontaria da “dupla de ataque”. Cesc e Alexis perderam surpreendentes quatro chances claras na frente de Cech contra um rival que defendia sempre com, no mínimo, dez jogadores atrás da linha da bola – Drogba era a exceção. O chileno, inclusive, acertou o travessão em uma delas, aos nove.

Barça pressiona, Chelsea marca

Diante da postura passiva de sua equipe, e do frio e da chuva de Londres, a torcida do Chelsea fugiu ao costume e cantou bastante como se tentasse empurrar os Blues a força para o ataque. Entre vaias a Iniesta – algoz de 2009 – e Fàbregas – ídolo do rival Arsenal -, ouviam-se muitos gritos de “Come on, Chelsea” (Vamos lá, Chelsea).

Não adiantava muito, o time da casa raramente passava do meio-campo. Quando tentou, por pouco não sofreu o primeiro gol em um inacreditável contra-ataque para quem jogava de forma tão defensiva: Messi roubou a bola de Lampard no meio, avançou e serviu Fabregas, que tirou de Cech e viu Ashley Cole tirar quase em cima da linha. A esta altura, a posse de bola era de 70% para os catalães, com 10 finalizações e apenas uma dos ingleses.

No futebol, no entanto, não há justiça, como diz a sabedoria popular e Didier Drogba provou em campo. Aos 46, um minuto depois sentir a virilha após escorregão, Messi foi facilmente desarmado por Lampard no meio-campo. O Barça foi pego de surpresa. O camisa 8 fez lindo lançamento para Ramires, que já dominou de peito jogando a bola na frente. Na área, o brasileiro cruzou no rasteiro no segundo pau e encontrou o marfinense, que escorou de primeira e fez 1 a 0. Foi o lance final da etapa inicial.

Muralha azul funciona

Se defender foi a principal missão do Chelsea no primeiro tempo, com o presente que ganhou nos minutos finais a postura se tornou ainda mais evidente na segunda etapa. Os dez jogadores atrás da linha da bola se transformaram em 11 e até Drogba voltava para marcar os avanços de Adriano. Uma verdadeira fortaleza azul na frente do Barcelona.

Com os companheiros em noite não muito inspirada, Messi trocou os passes por arrancadas e tentava resolver o jogo na base da individualidade. A maioria dos chutes, porém, desviava na defesa e sequer chegava a Cech. Aos 11, uma grande oportunidade: Fàbregas recuou para sua posição de origem e descolou lindíssimo passe por cobertura, deixando Sanchéz na frente na cara do gol. A conclusão, no entanto, foi para fora encerrando a péssima noite do chileno, substituído em seguida por Pedro.

No Chelsea, a tática era simples: chutão para o alto e o Drogba que se vire. E o marfinense na base da força e da malandragem se virava. Se virava tanto que ouvia das arquibancadas “Lalalala, Didier Drogba” enquanto minava a paciência dos adversários. Catimbeiro ao melhor estilo Libertadores, o atacante amarrava o jogo fosse cavando faltas ou fazendo cera e tirou Puyol, Busquets e Mascherano do sério. A irritação, por sinal, foi algo latente no Barcelona, que reclamava bastante de marcações do árbitro alemão Felix Brych.

E definitivamente o Barcelona não vivia uma noite normal. Sem a tão proclamada eficiência do “tic-tac” de sua troca de passes, o time de Guardiola apelou até mesmo para chuveirinhos e jogadas de bola parada. Dessa forma, quase chegou ao empate, em cabeçada de Puyol que parou em excelente defesa de Petr Cech. Nos acréscimos, foi a vez de Pedro acertar o pé da trave de Cech e ver Busquets isolar o rebote. Não era o dia. E o mundo, que espera Real e Barcelona no dia 19 de maio, em Munique, vê os azarões largarem na frente por uma vaga na final.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Na eliminação do Flamengo, Joel enxerga amadurecimento dos jovens (Postado por Lucas Pinheiro)

Joel Santana conseguiu encontrar pontos positivos na eliminação do Flamengo na fase de grupos da Taça Libertadores. Depois de resultados decepcionantes durante a campanha na competição, encerrou a sua participação com uma vitória por 3 a 0 sobre o Lanús, quinta-feira, no Engenhão, que acabou não servindo ao clube, pois dependia ainda de um empate entre Olimpia-PAR e Emelec-EQU para se classificar. O time equatoriano ficou com a vaga ao vencer por 3 a 2 com um gol aos 47 minutos do segundo tempo.

O treinador, no entanto, viu na reação dos jogadores mais jovens do time a esperança de um futuro promissor. Ele usou uma jogada em que Luiz Antonio não aceitou as desculpas de um adversário para mostrar o amadurecimento em campo.

- Quem sabe no futuro, vamos usar o que colocamos hoje (quinta-feira) aí, com Thomás, Muralha, Luiz Antonio, Negueba, que ficou no banco, Galhardo. È um time de jovens amadurecendo com esses mais antigos. Teve um momento do jogo em que o Luiz Antonio levou uma pancada e não aceitou as desculpas. Esses jogadores (argentinos) são assim, têm mania de fazer isso. Os nossos ficaram vacinados, sabendo o que querem. O Welinton deu um cascudo naquele centroavante chato deles e não quis saber; A competição é assim, eles fazem isso. Foi um ganho muito grande - disse Joel.

Nessa mescla, um dos mais experientes do time é Ronaldinho Gaúcho. Contra o Lanús, ele teve boa participação, dando passes para dois gols. Joel confia no jogador e não teme uma queda de motivação do camisa 10 depois da eliminação na Libertadores.

- Ronaldinho já passou por várias situações, de alegria e de tristeza, de perdas e conquistas, está totalmente calejado para esse tipo de situação. O ídolo vive momentos assim. Por isso, ele é o Ronaldinho. É mais uma barreira em sua vida. Astro não se faz todo dia. Com o estrelato é diferente, a carga de cobrança vem em cima de uma vez por todas - comentou Joel.

O treinador, agora, traça planos para domingo, quando o Flamengo enfrenta o Americano, às 16h (de Brasília), no Engenhão, pela última rodada da Taça Rio. O time lidera o Grupo A, com 18 pontos, e já está classificado para a semifinal.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Advogado de árbitro confirma expulsões do Vasco e ação na justiça (Postado por Lucas Pinheiro)

Depois do Vasco e da Ferj não reconhecerem a expulsão de cinco jogadores no clássico contra o Flamengo do último sábado, o advogado do árbitro Wagner Rosa pediu a palavra. De acordo com o ex-árbitro, Giuliano Bozzano, não há dúvida sobre a questão já que Rosa relatou de forma clara na súmula que expulsou os atletas.

- Falei com o Wagner, e o que ocorreu está muito bem relatado. Ele relatou as expulsões na súmula. Ela é clara, ele expulsa os jogadores. Não apresentou o cartão vermelho porque temeu por uma atitude mais forte por parte dos atletas. Dois deles até chegaram a empurrá-lo. Então, ele relatou o que aconteceu no vestiário, e o Vasco tomou conhecimento. Juridicamente, as expulsões ocorreram, sim, tanto que o TJD já marcou o julgamento para sexta-feira (nota: mais tarde, o TJD resolveu adiar o julgamento para 18 de abril) - afirmou Bozzano, em entrevista à Rádio Brasil.

Para complementar sua afirmação, o advogado citou o exemplo do jogo entre Avaí e Botafogo, pela Copa do Brasil de 2011, quando o árbitro Ricardo Marques também não apresentou o cartão vermelho aos jogadores dos dois times, que se envolveram em uma briga generalizada após o apito final, mas relatou as expulsões na súmula e os mesmos foram julgados pelo STJD.

- Ano passado, o jogo entre Avaí e Botafogo também teve problemas. Naquele momento, o árbitro não levantou o cartão vermelho, mas relatou na súmula e os jogadores foram julgados no STJD. Foram consideradas as expulsões. Da mesma forma, devem ser consideradas agora - disse.

Na ocasião, em primeira instância, Herrera e Loco Abreu pegaram cinco e quatro jogos de suspensão, respectivamente, pelo Botafogo. O técnico Caio Júnior foi punido com uma partida por palavras ofensivas ao árbitro Ricardo Marques. Everton e Arévalo foram absolvidos. Já pelo Avaí, os punidos foram Marquinhos (cinco jogos), Bruno e Rafael Coelho (quatro jogos). Ambos os clubes ainda foram multados em R$ 10 mil cada, enquadrados no artigo 257 (participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, prova ou equivalente).

Após recurso, porém, Herrera, Bruno e Marquinhos tiveram pena de dois jogos de suspensão. Loco Abreu teve pena reduzida de quatro para três jogos. No Avaí, por ser reincidente, Marquinhos recebeu cinco jogos de gancho, enquanto Bruno e Rafael Coelho pegaram quatro.

'Alteração na relação de jogo não tem efeito jurídico'

Bozzano também comentou a alteração na relação de jogo dos atletas do Vasco. A Ferj confirmou que um funcionário apagou a letra "V" que estava ao lado dos nomes de Rodolfo, Eduardo Costa, Fellipe Bastos, Fagner e Diego Souza para corrigir um erro, já que, na visão da federação, os jogadores não foram expulsos.

- Aquele documento não é a súmula. Ele é enviado pelo Vasco ao vestiário do árbitro para ele tomar conhecimento dos números dos jogadores. Acredito que quando chegou à federação, uma pessoa, talvez por scout, colocou o "V", mas isso não invalida o relatório da súmula. Independente de ter um "V", um "A", ou uma estrelinha, não tem efeito jurídico - garantiu o advogado.

Árbitro entrará com ação na justiça comum

Bozzano afirmou ainda que o árbitro Wagner Rosa entrará com uma ação na justiça comum contra o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, e o diretor de futebol, Daniel Freitas, que deram declarações o acusando de ter "roubado o Vasco" .

- Sem dúvida, os procedimentos já foram tomados. Wagner já me passou os documentos, e o senhor Roberto e o senhor Daniel serão acionados na justiça comum pelas ofensas que proferiram ao árbitro Wagner Rosa no jogo de sábado - concluiu.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Bate-bola no plenário e assédio: Neymar rouba a cena em Brasília (Postado por Lucas Pinheiro)

Bate-bola no plenário, assédio de fãs, torcedores e até mesmo deputados e dificuldades para chegar ao palanque do local. Neymar roubou a cena na Sessão Solene que aconteceu na manhã desta terça-feira na Câmara dos Deputados, em Brasília. A cerimônia aconteceu para homenagear o centerário do Santos, que será comemorado no dia 14. Além de funcionários, muitos políticos foram acompanhar de perto o evento no Plenário Ulysses Guimarães. Convidado para o evento, Pelé não compareceu, como era esperado.

Além do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), a mesa da solenidade foi composta pelo presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, pelo ex-jogador Pepe, craque histórico do clube, e por Neymar. Os outros atletas do Santos também foram convocados para ficar no local. O zagueiro Edu Dracena, o volante Arouca, o goleiro Rafael e o meia Paulo Henrique Ganso também estiveram na festa.

Convidado pelo deputado Marco Maia para integrar a mesa do plenário, o atacante teve dificuldades para chegar ao local por conta do assédio de fãs e curiosos. Muitos gritos pelo nome do jogador ecoaram pelo local. O presidente da Câmara pediu em várias oportunidades a ajuda de seguranças para conduzir o atleta até o palanque. Na chegada, o camisa 11 ainda bateu bola com o político na bancada.

Após a execução do Hino Nacional, um vídeo do Santos foi exibido na Câmara dos Deputados. Imagens de Pelé, Neymar, Pepe... Todas mostraram um pouco da história do clube, das conquistas e dos lances mágicos dos jogadores da equipe da Vila Belmiro.

O hino do Santos também foi executado na Câmara dos Deputados. Os presentes entoaram a canção com vigor minutos antes do início da festividade.

- O Santos revelou Pelé e, sem dúvida nenhuma, tem o atleta que será o maior jogador de todos os tempos, o Neymar. Viajei até a Espanha, e os jornalistas de lá me perguntaram quem seria o melhor jogador do mundo na atualidade. Queriam que eu falasse do argentino que joga no Barcelona (Lionel Messi), mas eu disse a eles que era o Neymar. Não tem argentino, não tem espanhol, os brasileiros são os melhores do mundo - afirmou Marco Maia.

Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados discursava, Neymar tirava fotos e distribuía autógrafos para alguns torcedores, fãs e até mesmo deputados que estavam no palanque. Ganso também foi ovacionado e assediado no local.

Mesmo durante o discurso dos outros deputados presentes à Câmara, Neymar não parou um minuto sequer de distribuir autógrafos. Camisas atrás de camisas. Não apenas do Santos. Uniformes do Corinthians, São Paulo... Tudo para guardar uma lembrança do camisa 11.

Antes do início da festa, Neymar conversou rapidamente com os jornalistas.

- É a minha primeira vez aqui em Brasília - revelou Neymar, para logo em seguida ser questionado ser retornaria no futuro para a cidade como político. - Não.

A comitiva do Santos foi formada por Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, pelo vice-presidente, Odílio Rodrigues Filho, o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Schiff, o gerente de comunicação, Arnaldo Hase, e o técnico Muricy Ramalho. Entre os jogadores, além de Neymar, também participaram Paulo Henrique Ganso, Edu Dracena, Arouca e o goleiro Rafael.

O grupo foi recebido com um tapete vermelho na Câmara dos Deputados. Antes do início da solenidade, um vídeo com imagens do Santos foi exibido no salão. Além disso, muitos torcedores do clube da Vila Belmiro e as Neymarzetes, fãs do camisa 11 do Peixe, estavam presentes no evento que comemorou o centernário da equipe.

Após o evento os jogadores vão direto para o aeroporto. O Santos ainda treina na tarde desta segunda-feira, no CT Rei Pelé.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Wesley rompe ligamento do joelho e só deve voltar a jogar em 2013 (Postado por Lucas Pinheiro)

O meio-campista Wesley só deve voltar aos gramados em 2013. Uma ressonância magnética realizada na tarde desta segunda-feira constatou o rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito do jogador do Palmeiras, que sentiu a lesão durante a derrota por 3 a 1 para o Guarani, neste domingo. A cirurgia deve ocorrer na próxima semana, e o tempo de recuperação estimado é de seis a oito meses.

Dessa forma, o retorno de Wesley aos gramados deve ocorrer só em 2013. O jogador fez apenas quatro jogos com a camisa do Palmeiras, e era tratado como peça-chave para o esquema do técnico Luiz Felipe Scolari, que vinha o utilizando como titular nas últimas partidas.

Wesley chegou ao clube como grande contratação para a temporada, e exigiu enorme esforço da diretoria para que o negócio fosse concretizado. Depois de tentar uma campanha de arrecadação de dinheiro dos torcedores, a cúpula do Verdão conseguiu um investidor para bancar a contratação do atleta, apresentado há duas semanas como a peça que faltava para o meio-campo.

Sem Wesley, Felipão deve manter João Vitor na equipe ao lado de Márcio Araújo e Marcos Assunção. Além do principal reforço de 2012, o meia Valdivia e o atacante Luan estão entregues ao departamento médico.

Minutos depois do diagnóstico, jogadores do Palmeiras já se manifestaram em apoio a Wesley. O meia Daniel Carvalho e o atacante Maikon Leite desejaram força ao companheiro de time, em mensagens enviadas pelo Twitter.

- Wesley, força meu chefe. Logo, logo você estará conosco - escreveu Daniel Carvalho.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Com goleada e show em dose tripla, Real atropela o Apoel (Postado por Lucas Pinheiro)

Golaços, goleada e vaga na semifinal da Champions League. Isso tudo sem nem precisar fazer muito esforço. Tudo bem que o Apoel não tinha a força do Milan, triturado pelo Barcelona no dia anterior, mas o Real Madrid deixou claro, mais uma vez, na noite desta quarta-feira, no Santiago Bernabeu, que também não está distante do status de melhor time do mundo: 5 a 2 diante dos cipriotas do Apoel.

Kaká, com atuação de gala no primeiro tempo, foi um dos destaque da partida, ao lado de Cristiano Ronaldo e Di Maria. Cada um dos três marcou um golaço, com G maiúsculo, enquanto o próprio português, após cruzamento de Marcelo, e Callejón completaram o placar. Manduca e Solari descontaram para o time do Chipre, que teve a campanha histórica celebrada por sua fanática torcida, enlouquecida durante os 90 minutos.

Após os shows desta semana, Real e Barcelona seguem firme rumo a final dos sonhos no próximo dia 19 de maio, em Munique. Antes, porém, têm pedreiras pela frente. O time de José Mourinho encara o Bayern de Munique nos dia 17 (na Alemanha) e 25 deste mês. Já os catalães pegam o Chelsea, que bateu o Benfica por 2 a 1, em Londres, também nesta quarta, em confrontos no Stamford Bridge, dia 18, e no Camp Nou, dia 24.

Kaká bota primeiro tempo no bolso

Nem o mais otimista dos cipriotas seria capaz de apostar um euro sequer na classificação do Apoel para as semifinais. Tanto que os cerca de 3.500 torcedores que estiveram em Madri fizeram do Bernabeu mais um parque de diversões do que um lugar para torcer. Vestidos de Laranja, cantaram incrivelmente durante os 90 minutos como se não estivessem nem aí para o que acontecia em campo. E foi até melhor que tivesse sido assim.

Com a vantagem de três gols e com duas pedreiras pela frente na Liga Espanhola – Valencia, domingo, e Atlético de Madrid, quarta -, o Real Madrid entrou em campo com um time misto. Estratégia perfeita para descansar nomes como Özil, Benzema e Xabi Alonso, e dar graça a um jogo praticamente para cumprir tabela com quem precisava mostrar serviço. E entre esses jogadores, Kaká novamente foi quem roubou a cena.

Se nos 3 a 0 do Chipre o brasileiro teve poucos minutos para entrar e decidir, no Bernabéu ele entrou com todo o gás desde o minuto inicial. Uma prova disso foi a marcação pressão que exerceu na zaga do Apoel aos quatro minutos com roubada de bola que quase resultou em gol de Cristiano Ronaldo. Em um Real até certo ponto sonolento, Kaká e Marcelo foram os mais perigosos desde o início com boas jogadas pelo esquerdo de ataque.

E foi por ali que os merengues abriram o placar com CR7, aos 26. Um minuto após cabecear com perigo após cobrança de falta de Sahin, outro que teve boa participação, o português aproveitou cruzamento de Marcelo para escorar de joelho no segundo pau. Foi o sétimo gol em oito jogos na Champions League. Boa média, desde que não seja comparada a de Messi, artilheiro disparado com o dobro.

Participativo em tabelinhas ou jogadas individuais, Kaká por pouco não ampliou em belo chute aos 33. Três minutos depois, porém, não teve perdão. Em jogada idêntica a anterior, o camisa 8 dominou no bico área, ajeitou o corpo e chutou colocado, com extrema categoria, para acetar o ângulo de Pardo: golaço, que antes do grito natural de comemoração tirou um “Ohhhh” dos torcedores.

Ainda tinha tempo para mais na primeira etapa, mas o chute colocado do brasileiro após tabelinha com Cristiano Ronaldo acertou a trave, aos 40. Na arquibancada, os torcedores do Real se divertiam com a boa atuação e não aproveitavam para provocar o rival Barcelona cantando: “Olelê, olalá, ser de Barça é ser anormal”.

Golaços de Di Maria e CR7 garantem goleada

Com a classificação garantida, o Real colocou o pé definitivamente no freio no segundo tempo. Já na volta do intervalo, Mourinho sacou Marcelo para entrada de Callejón, o que acabou atrapalhando também as ações de Kaká. O Apoel, por outro lado, deixou de lado o excesso de preocupação ofensiva dos três tempos anteriores do confronto e tentou começar a jogar. Deu certo.

Enquanto o Madrid dependia muito de Cristiano Ronaldo e de Kaká, que arriscava bastante de fora da área, os cipriotas descobriam o campo de ataque aos poucos. Até que aos 20 conseguiu um inesperado gol no Bernabeu graças a uma triangulação entre brasileiro. Marcinho fez boa jogada no meio e serviu Aílton, que, de primeira, descolou um lindo passe para Manduca dominar na entrada da área e tocar na saída de Casillas.Foi o quarto gol do atacante que começou a carreira no Grêmio, mas nunca jogou no Brasil, na Champions League.

O lance deu confiança ao Apoel, que se vestiu de ousadia e se mandou para o ataque. Pouco depois, Kaká, o genérico zagueiro brasileiro, por pouco não empatou, assim como Charalambides em jogada individual. O sonho dos cipriotas, no entanto, durou poucos minutos, e Cristiano Ronaldo foi o responsável por trazê-los de volta a realidade.

Aos 30, o português cobrou com extrema perfeição falta do lado esquerdo do campo e acertou o ângulo para fazer 3 a 1. Em seguida, outro personagem merengue entrou em ação: Angel Di Maria. Com um lindo e longo lançamento, achou Callejón na entrada da área. O xodó da torcida do Real cortou para o meio e chutou seco para ampliar.

A partida, que era sonolenta no começo da segunda etapa, entrou em ritmo acelerado. Passaram somente dois minutos até que o Apoel marcasse mais uma vez. Adorno invadiu a área em velocidade e foi desarmado por Varane. A arbitragem marcou pênalti que Solari, debaixo de muita vaia, converteu.

Não dava para respirar e como se fosse marcado no relógio mais dois minutos se passaram novamente para mais um gol. E que golaço! De volta de lesão, Di María parecia querer mostrar a Mourinho que a briga por uma vaga com Kaká e Ozil será em alto nível e fez uma pintura. Com um toque sutil, encobriu Pardo da entrada da área e fechou o placar: 5 a 2. Se o Barça de Messi, Xavi e Iniesta encanta, Kaká, Di Maria e Cristiano Ronaldo mostraram mais uma vez que o Real não quer ficar para trás.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Barça despacha Milan com pênaltis polêmicos e novo recorde de Messi (Postado por Lucas Pinheiro)

Esqueça a polêmica que envolveu as condições do gramado do San Siro na última semana: nada promete ser tão agitado nas próxima semanas como a discussão sobre os pênaltis marcados pelo holandês Björn Kuipers a favor do Barcelona nesta quarta-feira, no Camp Nou, pelo jogo de volta das quartas de final da Liga dos Campeões. O craque Lionel Messi nada teve a ver com isso e, com dois gols e novo recorde, garantiu mais uma classificação de sua equipe às semifinais da principal competição do continente, com vitória por 3 a 1 sobre o Milan.

O argentino marcou em ambas as vezes de pênaltis discutíveis. No primeiro, ele sofreu a falta de Antonini, mas teria voltado de uma posição de impedimento - o lateral italiano, porém, se atrapalhou ao dominar a bola e cometeu a infração com o carrinho, em lance que gerou dupla interpretação (veja acima). No segundo, o zagueiro Nesta acabou como vilão do segundo ao puxar a camisa de Busquets em um escanteio. Nocerino ainda pôs fogo no jogo entre os dois gols, mas Iniesta selou a vaga na etapa final.

Com os dois tentos, Messi tornou-se o maior artilheiro em uma edição da Champions, agora com 14 gols, igualando-se ao brasileiro Mazzola na temporada 1962/63. Ele também ultrapassou a marca dos 50 gols na competição - tem 51 em 66 jogos - e ainda poderá ampliar a marca, já que tem pelo menos mais dois confrontos pela frente.

O adversário do time de Pep Guardiola será conhecido nesta quarta-feira. Em Londres, o Chelsea receberá o Benfica com a vantagem de ter vencido por 1 a 0 no confronto de Lisboa, na última semana. Na outra chave, o Bayern de Munique derrotou o Olympique de Marselha por 2 a 0 e aguarda possivelmente pelo Real Madrid, que enfrentará o Apoel no Santiago Bernabéu.

Seria raro Lionel Messi ter alguém tão protagonista como ele em um primeiro tempo que o Barcelona marcasse duas vezes - as duas com o argentino. Mas Björn Kuipers tratou de colocar mais polêmica em um clássico já quente desde a última semana.

Foram dois pênaltis assinalados na etapa inicial. O primeiro veio aos nove minutos, quando o Barça já tomava conta do jogo e havia assustado o goleiro Abbiati em duas oportunidade, ambas com Messi - a segunda após um passe sensacional de Fàbregas que caiu no pé direito da Pulga.

O zagueiro francês Mexès saiu jogando errado e entregou o ouro para o argentino, que preferiu o toque para trás. Antonini, porém, se atrapalhou e cometeu a falta no atacante, que teria se aproveitado de uma posição de impedimento na jogada - a bola veio do próprio lateral, que cortou passe de Xavi. Na cobrança, Messi colocou no canto direito e abriu o placar.

O Milan se atrapalhava com a movimentação do setor ofensivo catalão, que alternava de posicionamento. Seedorf também tinha dificuldades em acompanhar Xavi, assim como Ambrosini. Mas bastou uma jogada organizada para os rossoneros comprovarem o temor de Guardiola. Aos 32, Ibrahimovic deu ótima enfiada para Nocerino, livre na grande área, chutar rasteiro: 1 a 1.

A superioridade em campo já era evidente, mas não há como negar que o gol que àquela altura classificava os italianos deu novo gás aos donos da casa. Abbiati teve sua meta sufocada até o apito final e até fez um bom trabalho. Só não pôde com mais uma penalidade. Aos 39, Nesta puxou Busquets em cobrança de escanteio e viu Björn marcar a penalidade. Os italianos reclamaram, mas Messi nada teve a ver com isso. Dessa vez no canto esquerdo, o argentino anotou o seu segundo na partida, e 14º em toda a competição, igualando o recorde do brasileiro Mazzola, artilheiro na temporada 1962/63.

Milan e Barcelona voltaram sem substituições para a etapa final. E o panorama não teria por que ser diferente. Dono da posse de bola, o time de Guardiola foi apenas colecionando mais finalizações. Aos três, em falta da entrada da área, Xavi fez Abbiati suspirar. Cinco minutos depois, porém, não houve jeito: Iniesta recebeu lançamento de Messi e deu um toque por cima para abrir uma confortável vantagem.

Precisando sair para o jogo, Allegri mexeu: pôs Aquilani e Alexandre Pato; Xavi, que não estava na melhor de suas condições, também deixou o gramado. E os visitantes encontraram espaço para suas oportunidades. Aos 16, Robinho roubou a bola de Piqué, avançou e concluiu para boa defesa de Valdés - o juiz, no entanto, deu um toque de mão do brasileiro. Do outro lado, a resposta veio da mesma moeda: Messi recebeu na meia-lua e entregou para Thiago Alcântara dentro da área. O brasileiro naturalizado espanhol chutou para fora.

O Milan tinha pressa, mas não conseguiu transformar sua ambição em um futebol que incomodasse de verdade o Barcelona. Alexandre Pato, que havia entrado no decorrer do segundo tempo e jogado pela primeira vez desde fevereiro, sentiu dores musculares e deu lugar a Maxi López. Não fez diferença e, graças a mais gols perdidos pelo Barça no fim, o placar não se transformou em goleada.