Com maior staff, Bellucci evolui em ranking com médico ortomolecular

Roberta Nomura

Na Costa do Sauipe (BA)

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  Com novo e numeroso staff, Thomaz Bellucci passou a adotar a ioga e alterou o cardápio

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Supervisor, técnico, auxiliar-técnico, preparador físico, assessora de imprensa e, mais recentemente, médico ortomolecular. Este é o atual staff do melhor tenista do Brasil, Thomaz Bellucci. Respaldado por uma equipe mais numerosa do que a de Gustavo Kuerten, o paulista de Tietê ostenta melhora física e já colhe frutos com a estabilidade no ranking da ATP.

Na semana passada, Bellucci alcançou o posto de 28º do mundo e se tornou o quarto melhor tenista da história do país, atrás de Gustavo Kuerten, que liderou a lista, Thomas Koch (24º) e Fernando Meligeni (25º). Mas com a queda nas quartas de final do Aberto do Brasil – onde defendia pontos por ser vice-campeão em 2009 -, o brasileiro caiu para a 32ª posição.

“Sem dúvida, ele será o segundo melhor do Brasil. O Guga é um gênio e é muito difícil chegar nele. As pessoas comparam, mas não sabem o que é ganhar três Roland Garros. É inacreditável o que ele fez e é de longe o melhor”, disse o supervisor e agente Roberto Marcher, que está com Bellucci desde julho de 2007.

Os demais integrantes do atual staff chegaram depois. O técnico João Zwetsch, novo capitão da Davis, iniciou a parceria com Bellucci no final de 2008, quando o tenista ainda ocupava a 90ª posição no ranking. “Hoje ele tem toda a estrutura necessária. Tem a Koch Tavares que gerencia a carreira dele, tem o Roberto que nos ajuda fora e até dentro de quadra”, falou o treinador.

Na Costa do Sauipe, por exemplo, Marcher comandou o primeiro treino de Bellucci na chegada à Bahia, logo após conquistar seu segundo título de ATP, em Santiago, no Chile. Zwetsch teve problema com o voo, chegou depois e o supervisor ‘quebrou o galho’. A equipe que cerca o tenista de 22 anos ainda inclui o auxiliar-técnico Aldo Brandão, o preparador físico Cassiano Costa, o médico ortomolecular Ronaldo Abud e a assessora de imprensa Daniela Giuntini.

Principal nome do tênis no país, Guga contava com médico, fisioterapeuta, preparador físico, assessora e treinador em 2005, ano em que viu a equipe inflar para tentar recolocá-lo em alto nível após as seguidas cirurgias.

Com o numeroso staff, Bellucci passou a adotar métodos diferentes de treinamento. Com a chegada de Zwetsch, o atual número 1 do Brasil passou a fazer ioga. “Todo mundo fala sobre o [Andy] Murray, que faz ioga na sauna. É uma técnica trazida da Índia. Com o calor, o corpo amolece e fica mais solto e flexível. Isso ajuda no tênis. Com a prática de visualização e concentração, houve uma mudança radical”, analisou Marcher. “Até nos golpes. A forma de treinar, com a energização, fez ele ter um melhor controle de energia.”

Fisicamente, Bellucci também está fortalecido. E a evolução coincide com a inclusão do médico ortomolecular no staff. Abud está com a equipe há cerca de sete meses e, desde então, o paulista de Tietê que sofre com perda rápida de líquido não somou mais desistências. “Com ele a coisa é distinta, porque é raro um tenista não poder comer carboidrato e sais minerais. Ele tem um cardápio rico em proteína e aminoácidos. Ele não come carboidrato antes das partidas e trazemos tudo o que ele precisa”, explicou.

Desde a integração de Abud, Bellucci tem somado constantes evoluções no ranking. Em agosto do ano passado estava próximo aos 60 melhores do mundo. Nos meses seguintes, ele foi subindo e terminou o ano em 36º. O auge veio na semana passada com a primeira entrada no top 30.